Teresinha Conceição recebe a vacina contra o coronavírus Sinovac (COVID-19) na estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil, 18 de janeiro de 2021. (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 07h11.
Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 07h13.
Apesar de ainda não ter data para iniciar a vacinação nos postos de saúde — na primeira etapa a vacina irá até os futuros imunizados — a prefeitura do Rio já planeja contar com 450 pontos em toda a cidade para atender a população. Entre eles, estão três locais que funcionarão em esquema drive-thru, sem a necessidade da pessoa sair do carro: Aterro do Flamengo, Parque Madureira e Sambódromo.
Os pontos, entretanto, só serão ativados em outra fase do plano de vacinação. Já há também o planejamento de na segunda etapa da vacinação, quando idosos a partir de 60 anos devem ser imunizados, seja feito uma divisão da idade por dias da semana.
Ainda não há uma previsão uma previsão de quando as doses de vacinas para a segunda etapa de imunização vão chegar. Para vacinar as pessoas a partir de 85 anos no Rio, a prefeitura calcula que seriam necessárias mais de 221 mil doses do imunizante.
Segundo o planejamento do município, pessoas com mais de 95 anos, por exemplo, seriam as primeiras a receber a vacina. Para isso, os postos de saúde atenderiam essa faixa etária exclusivamente na primeira segunda e terça-feira.
A prefeitura do Rio aposta na grande capilaridade do atual sistema de vacinação para conseguir, a partir da chegada das doses, vacinar os grupos o mais rápido possível. Para vacinar todos os profissionais de saúde que não estão na linha de frente, população quilombola e acima de 75 anos, os pontos funcionariam de segunda a sábado e demoraria cinco semanas.
A média de vacinação para a gripe comum, por exemplo, é de 20 mil pessoas por dia e somando a outras imunizações, são sete milhões de pessoas por ano vacinadas na cidade. A capital possui 236 salas de vacina e 10,5 mil profissionais capacitados a participarem da campanha.
Prevista para ocorrer nesta segunda-feira, a primeira reunião do comitê científico da prefeitura do Rio foi adiada em uma semana. O prefeito Eduardo Paes explicou que partiu dele o pedido pelo cancelamento do encontro que estava marcado para que o secretário de Saúde Daniel Soranz pudesse se dedicar integralmente a logística da vacinação contra a Covid-19 na cidade:
— Não é todo dia que anunciam que amanhã a vacina vai chegar. Pedi para o secretário Soranz para dedicar o seu dia para a vacina. Não acho adequado que você fique trancado em uma sala o dia inteiro com especialistas. Foi uma sugestão minha de adiar uma semana para colocar em prática uma semana que estamos esperando. Queria que ele tivesse concentrado na concentração da vacina — explicou o prefeito na coletiva que anunciou o plano de vacinação para o Rio.
Esta seria a primeira vez que a nova gestão prefeitura iria se reunir junto ao comitê de especialistas. A lista com os nomes foi publicada no primeiro dia do novo governo, mas ainda não houve um encontro. Na última semana a prefeitura , junto com o governo do estado, publicaram as regras que devem ser seguidas em cada região administrativa da cidade de acordo com o risco de contágio para o coronavírus. Médicos ouvidos pelo GLOBO, criticaram algumas medidas e disseram que as regras deveriam ter sido aprovadas pelo comitê.
O último boletim epidemiológico da prefeitura do Rio apontou que 28 das 33 regiões administrativas da cidade estavam classificadas com "risco alto" para a transmissão da Covid-19. No boletim anterior eram apenas 18.
— Montamos um comitê consultivo para algumas decisões e temos um centro estratégico com técnicos da prefeitura que ajudam na formação de decisões e políticas — afirmou Soranz.
Ainda segundo secretário municipal de saúde, seis mil pessoas já realizaram a autonotificação no aplicativo da prefeitura. Ele conta que grande parte — cerca de 40% — acredita que pegou a doença em locais fechados ou foram contaminados após contato com parentes.