Brasil

Vacinação reduz mortes: Brasil registra 6.894 óbitos por covid em novembro

Número é muito inferior aos 82 mil óbitos ocorridos no pico da pandemia; especialista aposta na imunização para conter Ômicron

Vacinação: imunizante mudou a história da covid-19. (Brendan McDermid/Reuters)

Vacinação: imunizante mudou a história da covid-19. (Brendan McDermid/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 10h34.

Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 10h44.

Ao fechar o mês de novembro com pouco mais de 6.800 mortos pela Covid-19, o Brasil colhe hoje os frutos da vacinação. E é nela que se pode apostar para enfrentar a nova ameaça mundial, a variante Ômicron, que parece ser ainda mais transmissível que a Delta.

O número de óbitos ainda é alto, mas é incomparavelmente menor ao do pico da pandemia, em abril, quando mais de 82 mil pessoas morreram pela doença em um único mês. Até aquele momento, a vacinação ainda patinava no Brasil, com frequente falta de doses.

Quer saber tudo sobre o ritmo da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no Mundo? Assine a EXAME e fique por dentro.

Maio e junho ainda mantiveram elevado número de óbitos, 58.679 e 55.280 respectivamente. A partir de julho, justamente quando o programa de vacinação engrenou e a aplicação ficou acima de um milhão de doses por dia, a queda se tornou constante, segundo avaliação do infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de Infectologia da Unesp e membro do Comitê de Monitoramento Extraordinário da Covid-19 da Associação Médica Brasileira (AMB).

— Em janeiro, quando a variante Gama começou a circular, como era mais transmissível que a cepa original houve um aumento exponencial. A partir de maio, o percentual de vacinados aumenta um pouco e isso ajudou a freae o número de óbitos. Mas entre março e junho a vacinação ainda era lenta. Só em julho, quando a vacinação ultrapassou 40% e entramos num ritmo rápido, conseguimos diminuir o número de óbitos e também de casos — afirma Naime Barbosa.

A aceleração em julho foi fundamental, de acordo com o infectologista, para que a variante Delta, que é 100% mais transmissível que o vírus original e 50% mais que a Gama, não fizesse um estrago tão grande no país.

É justamente na alta cobertura vacinal, que alcançou 63% de toda a população com duas doses (ou vacina de dose única) contra a Covid, que Naime Barbosa se apoia para que o país esteja protegido contra a ômicron:

— A Ômicron tem o dobro de mutações na spike que a Delta, então vai ser mais transmissível, mas ainda não se sabe o quanto. Mas é muito provável que, por conta da alta taxa de vacinação, o Brasil não deva ter problema de aumento nas hospitalizações e óbitos pela nova variante. Ela deve começar a circular por aqui, mas muito provavelmente não vai vingar — afirma o infectologista celebrando a tradição de vacinar do brasileiro: — Os negacionistas e até o governo federal não mudam nosso DNA. Aqui é o país do Zé Gotinha! Com o PNI erradicamos varíola, pólio, sarampo, e hoje o brasileiro vai para a fila de vacina sabendo que ela é eficaz e segura. Isso fez toda diferença.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusVacinas

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência