Vacina da Sinovac. (Nicolas Bock/Bloomberg)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 13h51.
Última atualização em 11 de janeiro de 2021 às 20h31.
O governo de São Paulo detalhou, nesta segunda-feira, 11, os horários da campanha de vacinação contra a covid-19 no estado. A previsão é começar a campanha estadual no dia 25 de janeiro, com profissionais de saúde. A imunização será de segunda a sexta-feira, das 8 às 22 horas; sábados, domingos e feriados, das 8 às 18h. Este horário ainda pode ser alterado, caso haja necessidade. Serão 5.200 postos de aplicação.
Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde, e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Após os trabalhadores da saúde, o calendário vai começar pelos idosos com 75 anos ou mais. A vacina será em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.
De acordo com o governador João Doria (PSDB), o plano estadual será mantido, mesmo que o governo federal atrase o Plano Nacional de Imunização. A aposta do governo é a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, com o laboratório chinês Sinovac.
“São Paulo mantém o seu Programa Estadual de Imunização para o dia 25 de janeiro. O governo federal não admite que não existe uma data para o programa nacional de imunização. E se for possível e tiver o respaldo necessário, começaremos antes. E tomara que o Brasil comece antes”, disse ele em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
O secretário-executivo de Saúde do estado de São Paulo, Eduardo Ribeiro, detalhou toda a logística de vacinação. O governo estadual vai enviar a vacina diretamente para os 200 municípios mais populosos, com mais de 30 mil habitantes. Os outros 445 farão retiradas semanais em 25 centros de distribuição espalhados por São Paulo.
“A nossa capacidade é de distribuir até 2 milhões de doses por semana, e isso vai se dar por caminhões refrigerados. O governo tem 75 milhões de seringas e agulhas. 20 milhões já foram distribuídas para as redes dos municípios. E as demais 50 milhões devem ser entregues entre janeiro e agosto”, explicou Eduardo Ribeiro.
Na semana passada, o Butantan apresentou que a vacina teve apresentou um 78% de eficácia contra a covid-19 no estudo com voluntários brasileiros. A eficácia geral da vacina, aquela que considera todo o grupo de voluntários infectados, porém, não foi divulgada.
Está convocada uma coletiva de imprensa para esta terça-feira, 12, em que serão apresentados todos esses dados que faltaram.
O Butantan já fez o pedido de uso emergencial da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e só pode aplicar o imunizante após este aval. A agência solicitou alguns documentos adicionais. Nesta segunda-feira, 11, o Butantan disse que as informações já constavam no documento enviado inicialmente, mas que vai enviar novamente nesta semana.
Na quinta-feira, 7, o Ministro da Saúde comprou todo o estoque de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, que é desenvolvida pelo Butantan/Sinovac. Com isso, o plano estadual de vacinação de São Paulo ficou em dúvida.
No mesmo dia, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que se o governo federal atrasar a campanha nacional, poderia requisitar a parte das vacinas a que tem direito dentro da repartição entre estados e municípios.
Gorinchteyn ainda fez uma comparação com a vacinação contra a gripe, em que o Ministério da Saúde adquire as vacinas junto ao Butantan, e, segundo ele, alguns estados podem optar por elaborar um cronograma de imunização de acordo com a identificação de necessidades locais.