Vacina contra o coronavírus. (Getty Images/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 15 de outubro de 2020 às 18h21.
Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 18h50.
O Programa Nacional de Imunizações focado na aplicação da vacina contra a covid-19 está previsto para começar em janeiro de 2021. De acordo com o Ministério da Saúde, neste primeiro momento, serão 15 milhões de doses disponíveis, que poderiam ser aplicadas em 7% da população brasileira, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
No cronograma apresentado pela pasta, nesta quinta-feira, 15, a previsão é que os resultados da fase de testes da vacina do laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, sejam finalizados em novembro. Após a obtenção do registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a imunização poderia começar em janeiro de 2021.
“Estamos trabalhando para adiantar o cronograma para dezembro. No acordo, vamos receber 15 milhões de doses por mês, totalizando 100 milhões. Este primeiro lote vai ser com o ingrediente farmacêutico ativo já pronto e a Fiocruz trabalha com ele. Com a transferência de tecnologia, a previsão é que este ingrediente seja produzido aqui a partir de abril. No segundo semestre, teríamos a capacidade de produzir mais 110 milhões de doses”, explicou Elcio Franco, secretário executivo do Ministério da Saúde, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
Ainda de acordo com o secretário, não há uma definição de quem vai receber a dose primeiro e como será a distribuição por estados. Os grupos prioritários ainda serão definidos por uma câmara técnica composta de vários especialistas em saúde. O que se sabe, é que a aplicação será feita nas Unidades Básicas de Saúde, como ocorre com outras campanhas de imunização.
Neste cronograma apresentado pelo Ministério da Saúde não entra o acordo internacional, do qual o governo brasileiro faz parte, para ter acesso ao portfólio de nove vacinas em desenvolvimento, além de outras em análise.
Pela aliança, o governo federal reservou 40 milhões de doses capazes de imunizar 20 milhões de pessoas, o que corresponde a 10% da população brasileira. As duas doses necessárias para garantir imunidade a uma pessoa vão custar 21 dólares — cerca de 117 reais — cálculo previsto pelo governo. Tudo será financiado pelo SUS.
O Ministério da Saúde esclareceu ainda que vai adquirir a primeira vacina que ficar pronta. E isso inclui o imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.
“Com certeza a vacina do Butantan está neste hall. O que nós buscamos é segurança, eficácia e produção no mais curto prazo, além de uma quantidade que atenda às necessidades do Ministério da Saúde. Também precisa ter um valor que seja compatível com o mercado”, disse o secretário Elcio Franco.
No planejamento do governo de São Paulo, a aplicação das primeiras 46 milhões de doses da vacina chinesa deve começar no dia 15 de dezembro com profissionais da saúde. Depois serão imunizados educadores e pessoas com doenças crônicas. Os resultados da fase de testes serão apresentados na próxima segunda-feira, 19, segundo o governador João Doria (PSDB).