Brasil

Vacinação contra gripe inicia com filas no Distrito Federal

No Centro de Saúde nº 13, o principal problema era o tempo de espera para receber a dose – duas horas, em média


	Vacina: em muitos casos, não ficou claro que esta primeira etapa não contempla todos os grupos considerados prioritários
 (Tomas Bravo / Reuters)

Vacina: em muitos casos, não ficou claro que esta primeira etapa não contempla todos os grupos considerados prioritários (Tomas Bravo / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 14h23.

O contador Alcidino Paulino de Aguiar, 81 anos, acordou cedo hoje (18) para se vacinar contra a gripe. Descobriu, na porta do posto de saúde, que não poderia receber a dose agora.

“Vim a pé e, quando fui procurar a atendente, ela me explicou que, para idosos, a imunização só será feita a partir do dia 30. Assim sendo, vou ter que voltar. Para mim não é tão ruim. Pior é pra quem vem de longe, pega ônibus e chega aqui pra ouvir isso”, disse.

A notícia de que a imunização havia sido antecipada para esta semana no Distrito Federal parece ter chegado à população de maneira meio truncada, já que nem todos os grupos de risco serão vacinados neste primeiro momento – apenas grávidas, crianças com idade entre 6 meses e menores de 5 anos, mulheres com até 45 dias após o parto e trabalhadores da saúde de rede pública e particular. Idosos e pessoas com doenças crônicas, por exemplo, terão de esperar até o dia 30.

A psicóloga Rosarita Bueno, 58 anos, também procurou o Centro de Saúde nº 1 para imunizar o marido de 76 anos.

“Não sabia que, nesta primeira fase, não haveria vacinação para idosos. Meu esposo vai viajar para pescar e deve passar uns 20 dias fora da cidade. O ideal era ele já ir protegido contra a gripe, mas isso não vai acontecer. Vou repassar a informação para alguns dos nossos amigos, para que as pessoas não procurem o posto na data errada”.

O gerente da unidade de saúde, Luiz Henrique Rodrigues, acredita que a divulgação da antecipação da campanha foi feita de forma confusa, já que, em muitos casos, não ficou claro que esta primeira etapa não contempla todos os grupos considerados prioritários.

“A gente sente muito que os idosos, por exemplo, estejam vindo aqui e que ainda não possam ser vacinados”, disse à equipe de reportagem.

No Centro de Saúde nº 13, o principal problema era o tempo de espera para receber a dose – duas horas, em média.

A maioria das pessoas que compareceram ao local já no primeiro dia da campanha era composta por grávidas, bebês e crianças, todos disputando um espaço à sombra.

Mais à frente, uma mãe se ajeitava como podia para amamentar o filho, em pé mesmo, sem perder o lugar na fila. A dona de casa Lídia Cerutti, 58 anos, conseguiu vacinar a neta depois de muita espera.

“Cheguei com a Beatriz aqui por volta das 9h. Ficamos duas horas na fila e saímos pouco depois das 11h. Na hora de receber a picada, ela chorou bastante, mas valeu a pena. Pelo menos ela está protegida contra a doença. Achei que fosse demorar bem menos tempo, mas parece que todo mundo resolveu aparecer logo nas primeiras horas do primeiro dia de campanha”, contou.

A administradora Letícia Simões Assunção, 36 anos, passou pelo mesmo posto para conferir o tempo de espera e se surpreendeu com o tamanho da fila.

“Já tomei a dose particular, mas preciso vacinar minha filha, de 2 anos. Com esse tempo médio de espera, acho que volto amanhã (19) cedo e tento de novo. Vou tentar chegar antes das 7h. Ou procuro outro local pra tentar imunizá-la”, disse.

Acompanhe tudo sobre:distrito-federalDoençasGripesVacinas

Mais de Brasil

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social

Polícia argentina prende brasileiro condenado por atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado