Parque do Tietê: parque é o 16º a fechar após morte de macacos. (Milton Jung CBNSP/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de novembro de 2017 às 11h35.
São Paulo - O governo do Estado de São Paulo anunciou ontem o fechamento do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste paulistana, após a confirmação de mais um macaco morto infectado com febre amarela. Esse é o 16.º parque fechado em São Paulo após mortes de macacos - o primeiro fora da zona norte. Também ontem, o governo estadual anunciou que a vacinação contra a doença será estendida para dois barros na zona leste e mais 15 municípios da região metropolitana de São Paulo.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o macaco veio de Cajamar, na Grande São Paulo, com sinais de que tinha sido eletrocutado e foi atendido no Centro de Recuperação de Animais Silvestres dentro do Parque Ecológico do Tietê. Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o animal foi levado pela Polícia Ambiental para o centro no dia 20 de outubro e morreu no dia 26. O macaco ficou isolado em uma gaiola e, após o óbito, a infecção pelo vírus foi confirmada.
Não se sabe se o macaco foi contaminado em Cajamar ou no Tietê. Mas, dado o risco de que ele tenha sido infectado no parque ou contaminado mosquitos na área, a unidade fica fechada a partir de hoje como prevenção. Vistorias do Centro de Controle de Zoonoses desde abril não acharam mosquitos Haemagogus e Sabethes, transmissores da doença, no parque.
Segundo o secretário estadual da Saúde, David Uip, os moradores dos bairros Jardim Piratininga e Jardim São Francisco, próximos do parque, serão vacinados. Os funcionários do local, que recebe 4 mil pessoas por dia e 40 mil nos fins de semana, também serão imunizados. Até então, a vacinação na capital ocorria só em áreas perto de parques na zona norte. Em outubro, a Prefeitura já havia prometido vacinar 95% da população da região, estimada em 2,4 milhões de pessoas ao todo, até o fim deste ano.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a vacinação nos dois bairros da zona leste será feita casa a casa, a partir da semana que vem. "Equipes municipais de saúde vão diretamente nas residências dos bairros citados", informou. Segundo a pasta, não é necessário que a população da região procure os postos. Oito mil pessoas serão vacinadas nos dois locais, disse Uip. "Provavelmente o mosquito não vai atravessar a rodovia (Ayrton Senna)."
Região metropolitana. O governo estadual estendeu, ainda, a vacinação para bairros de mais 15 municípios das regiões do Alto Tietê e Osasco (veja mapa ao lado). Outros quatro municípios - Guarulhos, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba e Cotia - que já tinham vacinação - continuarão com as ações. O governo pretende aplicar 2.229.072 doses do imunizante na região metropolitana até dezembro. Para isso, conta com o envio de 2,8 milhões de novas doses da vacinas "nos próximos dias", afirmou Uip.
Segundo ele, uma reunião com o Ministério da Saúde vai definir se a população paulista vai receber doses fracionadas da vacina a partir de 2018. A secretaria já trabalha com a possibilidade de ampliar a vacinação para todo o Estado a partir do início do ano que vem. "É uma discussão com o Ministério da Saúde para vacinar toda a população. Estudos científicos mostram que a vacina protege por nove anos", explicou Uip. Estudos anteriores indicavam que a validade da imunização fracionada era só de um ano.
Neste ano, foram registrados no Estado de São Paulo 23 casos silvestres de febre amarela, com 10 óbitos. Os casos de contaminação de primatas se concentram na região de Campinas, com 283 registros de macacos infectados - no total do Estado, são 298 contaminados.
Parques. Uip anunciou ainda que o Horto Florestal e o Parque Estadual da Cantareira, na zona norte, fechados desde o dia 20, quando foi confirmada a infecção pelo vírus em um macaco achado morto no Horto, devem ser reabertos em janeiro.
Ele afirmou que, após a reabertura, os frequentadores serão orientados a só ir ao local se estiverem vacinados ou se fizerem uso de repelente. Hoje, 13 parques municipais estão fechados. Segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, não há previsão de reabertura desses outros locais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.