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Usuários do Porto do Rio de Janeiro denunciam abandono

André Seixas, fundador do site Usuários dos Portos do Rio de Janeiro, as dificuldades na logística pressionam o preço dos produtos


	Cais do Porto do Rio de Janeiro: a sucata e o entulho estão na área do Portão 24, a principal entrada do porto
 (Tânia Rêgo/ABr)

Cais do Porto do Rio de Janeiro: a sucata e o entulho estão na área do Portão 24, a principal entrada do porto (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 12h16.

Os usuários do Porto do Rio de Janeiro denunciam o abandono de equipamentos, as dificuldades de acesso e a existência de sucatas na área comum. De acordo com André Seixas, fundador do site Usuários dos Portos do Rio de Janeiro, há várias irregularidades no local.

“Nós descobrimos uma verdadeira baderna, sucata, carro velho abandonado, uma desordem total ali dentro, lixo e oficina lá dentro. O porto é um local muito nobre, onde você tem que dar eficiência para carga e descarga de veículo, estacionamento rápido para fazer as operações portuárias, e a gente vê uma baderna, carreta ficando dias dentro do porto, falta de demarcação do estacionamento, falta de controle de quem entra e sai por quantidade, excesso de gente”, disse ele.

A sucata e o entulho estão na área do Portão 24, a principal entrada do porto. Outro problema, de acordo com Seixas, são dois gargalos no acesso ao local: “A prefeitura colocou um ponto de ônibus a 20 metros da saída do portão do porto, [por] onde saem as carretas, e engarrafa tudo - não tem jeito -, e entregou à Concessionária Ponte S.A. uma área embaixo do viaduto, [por] onde as carretas saíam do porto direto para a Ponte Rio-Niterói e para a Avenida Brasil, impedindo a passagem”.

De acordo com ele, essas dificuldades na logística pressionam o preço dos produtos. “Nós lutamos pelos direitos dos usuários dos portos, estamos formando uma associação dos importadores e exportadores, pois pagamos caro pela falta de acesso. Tudo influencia no custo da logística. Impacta muito, porque perde a eficiência do porto. Hoje, as instalações portuárias são arrendadas à iniciativa privada, temos ali diversas empresas, com as instalações muito bem geridas, mas para chegar lá tem que passar pela área comum. Aquelas sucatas tomam área nobre do porto, que poderia ser usada como truck center, um pulmão rápido [de circulação] de caminhões para logística”.

Segundo o diretor de Engenharia e Gestão Portuária da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Heraldo Kremer, a empresa Triunfo Logística, proprietária dos equipamentos sucateados, foi notificada em junho para retirar o material até o dia 28 de agosto, mas pediu prorrogação do prazo, que está em análise pela administração do porto. De acordo com ele, o entulho não prejudica a operação portuária. “No local específico em que se encontra o material, não há comprometimento da operação portuária. Contudo, sob a ótica do ordenamento interno do porto, a sucata não deve permanecer no local”.

Quanto à dificuldade de acesso, Kremer reconhece as dificuldades e diz que todos os envolvidos buscam uma solução. Segundo ele, “as dificuldades de acesso terrestre ao Porto do Rio de Janeiro são de conhecimento geral. Porém, a CDRJ, os arrendatários do porto, a prefeitura, o governo estadual e a SEP [Secretaria de Portos, vinculada à Presidência da República] estão empenhados na busca de solução técnica viável para a eliminação dessa dificuldade”.

Procuradas pela Agência Brasil, aTriunfo Logística não deu retorno, e a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) não respondeu aos questionamentos sobre as dificuldades de acesso, nem se tem projeto para o local, que passa por grande revitalização dentro das obras do Porto Maravilha.

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