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USP investe R$ 5 milhões em fundo que busca doações para bancar bolsas

Fundo USP Diversa foi divulgado em evento com empresários, filantropos e professores da instituição

USP deu início às políticas de cotas que permitem o ingresso dos estudantes da rede pública em 2006, mas só iniciou as étnico-raciais em 2018 (USP/Reprodução)

USP deu início às políticas de cotas que permitem o ingresso dos estudantes da rede pública em 2006, mas só iniciou as étnico-raciais em 2018 (USP/Reprodução)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 6 de abril de 2024 às 13h02.

Única universidade da América Latina entre as 100 instituições com maior reputação acadêmica do mundo, a Universidade de São Paulo (USP) dá mais um passo na inclusão com a criação do Fundo USP Diversa. Com investimento inicial de R$ 5 milhões, o projeto é o maior fundo patrimonial de bolsas de permanência estudantil do País, segundo a instituição.

O evento de lançamento foi realizado em um jantar de arrecadação nesta semana, que contou com a presença de empresários, filantropos convidados, professores e reitores, além da participação da cantora Marisa Monte, embaixadora do projeto.

O Fundo faz parte do USP Diversa, programa de concessão de bolsas lançado em 2021, destinado a alunos cotistas do ensino público pretos, pardos e indígenas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

A iniciativa busca abranger todas as unidades da instituição, beneficiando os estudantes em situação de vulnerabilidade. Dessa forma, aqueles que enfrentam dificuldades para continuar na graduação por diversos motivos, como falta de dinheiro para alimentação e moradia.

O presidente do Conselho de Administração do Fundo Patrimonial da USP, professor Hélio Nogueira da Cruz, acredita que a participação do Instituto Beja foi fundamental para que outros doadores possam doar e que essa ação é crucial, já que o aporte de recursos do fundo patrimonial não é suficiente para dar conta de toda a demanda.

"Nos últimos anos, a instituição tem recebido um número grande de alunos mais vulneráveis e que precisam de apoio e a universidade tem linhas de atuação para esses alunos. O fundo complementa estes recursos."

Fundadora do Instituto Beja, organização responsável pelo pontapé inicial ao fundo e membro do Conselho de Administração do Fundo Patrimonial da USP, Cristiane Sultani entende que a ação resulta no reconhecimento da universidade e se mostra como potencial atrativo para outros colaboradores.

"Entre os rankings internacionais, a USP é uma das melhores instituições ranqueadas, 20% da pesquisa científica do Brasil é produzida na universidade", afirma Cristiane.

"Entendemos que ela é vanguardista nesse setor. Hoje a maior concentração de riqueza do País está no Estado de São Paulo e, desse quantitativo, muitas pessoas foram da USP. Assim, há essa necessidade de agradecer e acreditamos que o projeto que acabou de começar seja um bom cartão de visitas para a arrecadação de recursos."

Muito além do social

Em 2006, a USP deu início às políticas de cotas que permitem o ingresso dos estudantes da rede pública de ensino e, desde 2018, reserva parte das vagas de acordo com as diretrizes étnico-raciais.

Dos seus 60 mil estudantes de graduação, 45,1% são oriundos exclusivamente de escolas públicas, sendo 23,2% autodeclarados pretos, pardos e indígenas.

Atualmente, os contemplados pelo programa USP Diversa recebem, por mês, uma quantia nos valores de R$ 800 (valor completo) e R$ 300 para os estudantes que já têm vaga em moradia.

Até o momento, o programa já captou R$ 26 milhões e a meta da Universidade, para os próximos 10 anos, é alcançar um montante de R$ 750 milhões. Além disso, só no ano passado, 304 auxílios foram concedidos.

No que tange à diversidade, Sultani também destacou que o compromisso do fundo reflete uma possível pujança econômica de apoio e de colocação da população menos favorecida em outra posição, dando nova perspectiva de futuro.

A pró-reitora de inclusão e pertencimento da instituição, professora Ana Lúcia Duarte Lanna, entende que a reparação histórica incide sobre a população negra de modo mais contundente, e diz que a construção de políticas para esses grupos visa a mitigar essa realidade.

"A Pró-Reitoria nasceu em 2022 e temos de garantir que a universidade seja cada vez mais diversa. Isso significa entrarem mais pessoas dos vários setores, segmentos e grupos da sociedade mas que eles permaneçam reconhecendo esse espaço como um lugar construído a cada um deles."

*Este conteúdo foi produzido em parceria com o Instituto Beja

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