Brasil

USP estima déficit pelo 5º ano e vagas podem ficar congeladas

Para equilibrar as contas, a reitoria ainda defende manter suspensas no ano que vem as admissões de servidores técnico-administrativos

USP: saúde financeira da USP será um dos principais desafios do novo reitor, Vahan Agopyan (Francisco Emolo/USP Imagens/Agência USP)

USP: saúde financeira da USP será um dos principais desafios do novo reitor, Vahan Agopyan (Francisco Emolo/USP Imagens/Agência USP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de novembro de 2017 às 08h16.

São Paulo - Ainda debilitada por uma grave crise financeira, a Universidade de São Paulo (USP) prevê um déficit de R$ 287,6 milhões em 2018.

É o quinto ano consecutivo em que a instituição já estima gastar mais do que recebe ao formular seu orçamento.

Para equilibrar as contas, a reitoria ainda defende manter suspensas no ano que vem as admissões de servidores técnico-administrativos. As contratações para a categoria estão congeladas desde 2014.

As previsões estão em documento com as diretrizes orçamentárias distribuído a membros do Conselho Universitário (CO), instância máxima da USP. Essa proposta será votada nesta terça-feira, 21.

A saúde financeira da USP será um dos principais desafios do novo reitor, Vahan Agopyan.

O orçamento total previsto para o ano que vem é de R$ 5,177 bilhões. É praticamente igual ao montante inicialmente estimado para 2017, se aplicada a inflação do período.

A principal fonte de verba da USP é uma cota da arrecadação paulista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com a piora da economia, esse recurso despencou nos últimos quatro anos.

Após três recentes rodadas de planos de demissão voluntária para reduzir a folha salarial, o objetivo é manter congeladas as contratações de técnicos.

Por outro lado, a reitoria prevê contratar 150 professores, "dependendo do comportamento da arrecadação do ICMS". Com aposentadorias e desligamentos sem reposição desde o início da crise na USP, diretores de faculdades têm apontado a necessidade de preencher vagas.

Para cobrir o rombo, será necessário usar verba da reserva bancária, como tem sido feito nos últimos anos. Entre dezembro de 2017 e o fim de 2018, essa poupança deve recuar de R$ 382,4 milhões para R$ 24,8 milhões. Há cinco anos, esse saldo era superior a R$ 3 bilhões.

Futuro

Em janeiro, Agopyan, atual vice-reitor, assume o comando da USP. Ele promete manter a política de rigor financeiro do atual dirigente, o médico Marco Antonio Zago.

Entre as propostas de Agopyan, também está diversificar fontes de receita da instituição - oferecer, por exemplo, apoio técnico na formulação de políticas públicas e ser ressarcida por isso. "Temos de ser mais proativos", disse ele ao Estado na semana passada, quando foi escolhido para o cargo.

Procurada nesta segunda-feira, 20, a reitoria informou que se manifestaria somente após a reunião do CO. Neste encontro, serão discutidas as diretrizes para o orçamento. A proposta final será definida em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEnsino superiorFaculdades e universidadesUSP

Mais de Brasil

Eduardo Leite deixa aliados de sobreaviso sobre saída do PSDB e indica que pode se filiar ao PSD

Anvisa torna obrigatória retenção da receita para a venda de Ozempic

Veja como vai funcionar novo programa de perícias do INSS para diminuir fila

Relator da maior aposta de Lula, Lira diz que seria 'honraria' ocupar cargo de vice de Bolsonaro