USP: universidade deve optar com modelo de longo prazo para cotas (Francisco Emolo/Jornal da USP/Divulgação)
Victor Caputo
Publicado em 4 de julho de 2017 às 05h55.
Última atualização em 4 de julho de 2017 às 05h55.
São Paulo -- A Universidade de São Paulo (USP) deve votar hoje a proposta que reserva metade de suas vagas a alunos vindos de escolas públicas até 2021. A ideia é que as cotas para alunos de escolas públicas aumentem ao longo dos anos até atingir a metade das vagas em 2021.
No próximo processo seletivo, para ingressantes em 2018, serão reservadas 37% das vagas para alunos da rede pública. A reserva subirá ano a ano. Para 2019 será 40%; para 2020 serão reservadas 45% das vagas; em 2021, finalmente, serão guardadas metade das vagas para estudantes de ensino público.
A mudança consta em minuta de resolução enviada aos integrantes do Conselho Universitário (CO), instância máxima da USP. A decisão deve ir a votação hoje. A proposta, no entanto, não reserva vagas por um sistema de cotas raciais.
A universidade tinha meta de ter metade de seus ingressantes oriundos de escolas públicas até 2018--número que está longe de ser alcançado. No último processo seletivo, foram apenas 36,9% de ingressantes de escolas públicas. A proposta daria, portanto, até 2021 para que a USP cumprisse a meta.
Se adiantando à decisão, a Federação Nacional dos Estudantes de Direito (Fened) enviou uma carta ao CO pedindo reavaliação para a adoção de cotas raciais. A organização afirma que "as desigualdades étnico-raciais no acesso ao ensino superior persistem entre negros e brancos da mesma classe social".
Se aprovada, esta será a primeira vez que a universidade reservará vagas gerais nas graduações para estudantes de escolas públicas.
Outra decisão sobre cotas deve vir da Faculdade de Medicina, que passará a adotar cotas raciais e aceitará o Enem como forma de acesso à faculdade.
Com Agência Estado