(Fabio Teixeira/Anadolu Agency/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de março de 2022 às 12h25.
Última atualização em 7 de março de 2022 às 13h08.
A cidade do Rio de Janeiro não vai mais obrigar o uso de máscara, tanto em locais abertos quanto fechados, a partir desta terça-feira, 8. A medida foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) na manhã desta segunda-feira, 7. De acordo com Paes, a decisão foi baseada em análise do Comitê Científico do município que se reuniu para sugerir a suspensão, devido a um cenário melhor nos números da pandemia.
Ainda segundo o prefeito, um decreto com a medida será publicado no Diário Oficial do Município na terça-feira. Apesar da liberação, a cobrança do passaporte vacinal, com o esquema de vacinação completo, continua obrigatório para acessar ambientes fechados, como estabelecimentos comerciais, bares, restaurantes e eventos. Essa determinação deve seguir até, pelo menos, o fim de março.
Em coletiva de imprensa, o secretário da Saúde da cidade do Rio, Daniel Soranz, disse que há uma recomendação do uso de máscara apenas para quem ainda não se vacinou e aqueles com o sistema imunológico comprometido, como pessoas que vivem com HIV ou quem está em tratamento contra o câncer.
A cidade do Rio de Janeiro é a primeira capital do país a retirar a obrigatoriedade do uso de máscara. Santa Catarina já publicou um decreto desobrigando o uso do item, mas deixou a cargo das prefeituras seguirem ou não. O Distrito Federal já liberou a máscara apenas ao ar livre.
O governo de São Paulo deve anunciar uma medida semelhante na próxima quarta-feira, 9. O decreto estadual de São Paulo determina que o uso obrigatório de máscara vale até o dia 31 de março, mas internamente, dentro da equipe de saúde, o debate é constante. Há uma expectativa de que no caso paulista, a retirada da máscara não seja completa, apenas em locais abertos.
Em entrevista exclusiva à EXAME no fim de fevereiro, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que é preciso muita responsabilidade antes de adotar a medida de retirar um item tão fundamental no combate ao coronavírus.
“Nós sempre nos utilizamos de dados para definir estratégias. A população confia muito naquilo que o governo determina. Por isso, temos de ter uma responsabilidade muito grande antes de fazer uma liberação como essa porque é sem volta. Se eu não justificar essa volta, vou ter uma desobediência civil. Estamos avaliando bem os números, para que no momento oportuno tomemos esta decisão, sem a necessidade de recuo”, disse Gorinchteyn.
Durante o Carnaval, diversas aglomerações foram registradas em São Paulo e o secretário disse que o estado vai monitorar todos os indicadores para avaliar se há necessidade de mais medidas de controle.