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Uso de máscara no metrô, trens e ônibus de São Paulo vai ser obrigatório

Governo do estado e prefeitura vão publicar decreto no dia 4 de maio e vai ser válida também para aplicativos de transporte

Queda: o movimento de usuários do Metrô caiu 70% desde o começo da pandemia. (Amanda Perobelli/Reuters)

Queda: o movimento de usuários do Metrô caiu 70% desde o começo da pandemia. (Amanda Perobelli/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 29 de abril de 2020 às 13h13.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 17h01.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, nesta quarta-feira, 29, que a partir do dia 4 de maio vai tonar obrigatório o uso de máscaras para passageiros do Metrô, de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e de ônibus intermunicipais administrados pelo governo do Estado.

A mesma medida também vai valer para motoristas e usuários de aplicativos de transporte e táxi. A partir da mesma data, a prefeitura da capital vai publicar um decreto tornando obrigatório o uso de máscara nos ônibus da cidade.

Cidades da região metropolitana, como Guarulhos, e municípios do interior paulista e de outros estados já proíbem o acesso ao transporte público sem o equipamento de proteção. Havia ainda dúvida se haveria funcionários suficientes para fiscalizar o cumprimento à regra.

Segundo Doria, caso algum passageiro não esteja com máscara, terá uma advertência verbal que será feita pelos fiscais do transporte público. Ele reforçou ainda que o equipamento pode ser feito em casa.

No metrô, a companhia deverá adotar ações para evitar aglomeração. Embora a queda de movimento tenha sido superior a 70%, ainda há grande aglomeração de passageiros em plataformas e em trens nos horários de pico.

Dessa forma, agentes no Centro de Controle Operacional (CCO) deverão fazer uma contagem de passageiros na plataforma, para acelerar a chegada do trem seguinte se observarem que o trem que está chegando no momento não será suficiente para esvaziar a plataforma. Cada trem tem capacidade para transportar até 2 mil pessoas.

O metrô está fazendo ainda testes com uso de luzes UV para a limpeza das composições, usando uma técnica que poderia matar vírus deixados nos vagões.

Cai o uso dos ônibus

Nesta quarta, em entrevista à rádio Eldorado, o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, afirmou que o uso do transporte coletiva está numa faixa de 30%. "Temos 30% da população usuária do transporte coletivo e essa média não foi alterada. O volume que cresceu foi por automóvel", disse.

"As linhas onde percebemos que há maior densidade de pessoas, colocamos mais veículos", disse, lembrando que Covas já havia assinado um decreto que flexibiliza os horários dos comércios essenciais. A medida foi tomada para evitar lotação no transporte público em horários considerados de pico. "Algo em torno de 300 mil pessoas mudaram seu horário de transporte."

De acordo com Caram, as empresas de transporte coletivo tiveram recomendação de usar uma cortina para isolar os funcionários e disponibilizar álcool em gel para todos que estiverem trabalhando durante a pandemia.

Além disso, a Prefeitura estuda fazer novos bloqueios em vias da cidade. Ações desse tipo já aconteceram nesta semana na Radial Leste, na avenida Inajar de Souza (zona norte) e na avenida Teotônio Vilela (zona sul). De acordo com a Prefeitura, os bloqueios possibilitam as abordagens de profissionais de saúde e a distribuição de material informativo aos motoristas.

O secretário ainda negou que haja qualquer possibilidade de retomada do rodízio de veículos no período da quarentena ou de aumento do preço da tarifa de ônibus.

Taxa de isolamento

O governador voltou a criticar os índices de isolamento que se mantiveram constantes ao longo da semana. O Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi) indicou que 48% da população aderiu às orientações de quarentena na terça-feira, 28.

Segundo Doria, "não há a menor condição de flexibilização de isolamento com 48% de taxa de isolamento e evidentemente com os riscos de colapso no atendimento público nos hospitais". "Nada será feito, em termos de flexibilização, sem expressa orientação da área da Saúde", disse.

São Paulo confirmou a milésima morte por Covid-19 no dia 19 de abril, 32 dias após o primeiro caso. Desde então, o número de infectados mais que dobrou no estado, com apenas oito dias passados.

O coordenador do Centro de Contingência da doença em São Paulo, David Uip, disse que os números apresentados não surpreendem o governo paulista. "O cenário foi desenhado em fevereiro, o que previmos está se confirmando", disse.

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