Brasil

Uso de balas de borracha por PM tem aval de cúpula

"A polícia agiu corretamente. Usou força proporcional aos eventos e atos de violência para manter a ordem pública", disse o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira

Polícia Militar lança bombas de gás contra manifestantes durante protesto contra Copa (REUTERS/Nacho Doce)

Polícia Militar lança bombas de gás contra manifestantes durante protesto contra Copa (REUTERS/Nacho Doce)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2014 às 17h28.

São Paulo - Tanto o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, quanto o comandante-geral da <a href="https://exame.com.br/topicos/policia-militar"><strong>Polícia Milita</strong>r</a>, Benedito Roberto Meira, afirmaram nesta sexta-feira que o uso da munição e de outras armas não letais, como bombas de efeito moral, na zona leste de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/sao-paulo">São Paulo</a></strong>, foi necessário para restabelecer a ordem e o direito de ir e vir da população e do torcedor. </p>

"A polícia agiu corretamente. Usou força proporcional aos eventos e atos de violência para manter a ordem pública", disse Grella.

Há um ano, o secretário falou que a munição não seria usada em protestos. "A bala de borracha não foi empregada (anteontem) contra manifestantes, foi usada em um grupo que estava ali para praticar atos de violência, agressão e ameaça", afirmou.

Grella disse ainda que a PM garantiu o direito de ir e vir e não se pode "fazer julgamento" a partir das imagens. A investigação foi instaurada ontem e será feita por meio de inquérito policial-militar (IPM).

Por volta das 13h40 de quinta-feira, a PM lançou bombas contra um grupo que tentava fechar a Radial. Quem protagonizou os confrontos com a PM - pelo menos seis entre 10h14 e 15h40 - foram cerca de 50 black blocs e anarquistas, muitos participantes dos protestos de junho de 2013.

Entre os 15 feridos nos confrontos, há cinco repórteres: duas jornalistas da emissora americana CNN e um do SBT, atingidos por estilhaços de bomba; além de um jornalista argentino e um de TV francesa, por balas de borracha.

Todos passam bem, mas a ação foi criticada por organizações de mídia, incluindo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que considerou "inaceitável que, a pretexto de conter protestos durante a Copa do Mundo, a polícia empregue métodos violentos contra jornalistas, impedindo-os de exercer sua função profissional".

Organizações internacionais também cobraram punições de quem se excedeu. "As autoridades brasileiras prometem que a inauguração do Mundial será uma celebração, enquanto a polícia reprime brutalmente manifestantes pacíficos em São Paulo", afirmou a Anistia Internacional, em nota oficial.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFutebolPolícia MilitarProtestosProtestos no Brasil

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'