Torcedores do Uruguai comemoram em São Paulo a vitória sobre a Inglaterra (Oil Scarff/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2014 às 20h44.
Rio - Centenas de uruguaios e colombianos que, mesmo sem ingressos, viajaram para o Rio, onde as duas seleções disputam neste sábado um dos jogos das oitavas de final da Copa, passaram o dia inteiro nesta sexta-feira em busca das "tarjetas" (em espanhol, "cartão", mas usado como sinônimo de ingresso).
Até na fila para passear no bondinho do Pão de Açúcar, na Urca (zona sul da cidade), havia torcedor segurando placa em que anunciava: "Compro ingresso".
Foi o caso do colombiano Artur Diaz, de 24 anos, que lutava para conseguir uma entrada para o jogo deste sábado no Maracanã.
Outros torcedores passaram horas no calçadão da praia de Copacabana, também na zona sul da cidade, segurando a cerveja em uma das mãos e, na outra, uma placa anunciando a procura por ingressos.
Mas a maioria dos interessados em comprar entradas para o jogo foi até a sede do Botafogo, também na zona sul do Rio, onde funciona um posto oficial de venda de ingressos para os jogos da Copa.
O posto não tinha bilhetes à venda e só permitia a entrada de pessoas que já haviam comprado entradas pela internet e foram lá apenas para retirá-las.
No entanto, na porta do clube, sob a vista de responsáveis pelo escritório da Fifa, pelo menos três cambistas ofereciam "tarjetas" para a partida deste sábado no Maracanã por preço único: US$ 1.000,00.
Um deles abordou a reportagem oferecendo ingressos e mostrou um deles, semelhante ao original.
Perguntado sobre entradas para o jogo do Brasil neste sábado, no Mineirão, em Belo Horizonte, ele disse que poderia conseguir também, por US$ 800, mas não chegou a mostrá-las.
Mesmo se o ingresso comprado de cambistas for original, não há garantia de que permita a entrada no estádio, pois pode ter sido cancelado (caso tenha sido furtado, por exemplo). A compra só deve ser feita por intermédio oficial da Fifa.
PASSEIOS - No primeiro dia sem jogos desde a abertura da Copa, os torcedores aproveitaram nesta sexta-feira para ir à praia (Copacabana continua sendo a preferida) e conhecer pontos turísticos do Rio.
A espera para embarcar no bondinho do Pão de Açúcar ultrapassou duas horas, segundo o colombiano Mauricio Uribe, de 38 anos.
Mas a demora não atrapalhou o grupo liderado pelo comerciante Juan Manuel Lugo, de 54 anos. Ele e 12 amigos percorreram de bicicleta parte dos 9.000 quilômetros que separam Barranquilla de Juiz de Fora, cidade mineira onde se instalaram durante a Copa.
Dali viajaram pelo Brasil para acompanhar a Colômbia, chegando nesta sexta-feira ao Rio, onde se hospedaram em São Cristóvão (região central da cidade), na casa de um italiano com quem fizeram amizade recentemente.
"Compramos os ingressos para a primeira fase pelo site da Fifa, e fomos informados de que, caso a Colômbia se classificasse, teríamos prioridade na compra de ingressos. No entanto, agora soubemos que não há mais entradas", reclamou Lugo, na fila do bondinho.
"Mil dólares por um ingresso não dá."