Policiais das UPPs em comunidade carioca: tropa de reforço será integrada por 34 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) e 100 homens de outras UPPs (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2014 às 14h39.
Rio de Janeiro - O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou hoje (14) reforço para as unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade do Rio.
De acordo com o secretário, 134 policiais serão deslocados para essas comunidades, nas quais as UPPs têm enfrentado ataques armados nos últimos meses.
Desde o início do ano, quatro policiais militares foram assassinados nessas áreas. Ontem, o subcomandante da UPP da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, tenente Leidson Acácio, foi morto com um tiro no rosto enquanto patrulhava a comunidade. Na semana passada, o policial militar Wagner Vieira da Cruz foi baleado também no rosto, durante policiamento na mesma comunidade, e morreu.
A tropa de reforço será integrada por 34 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) e 100 homens de outras UPPs. As unidades que cederão policiais não terão o efetivo desfalcado, já que policiais recém-formados serão deslocados para esses locais.
Instrutores do Bope treinarão os policiais das UPPs para que patrulhem com mais segurança as ruas das comunidades onde vão atuar. Outra medida da Secretaria de Segurança é mudar o sistema de escala de plantão dos policiais, que passarão a folgar 48 horas depois de trabalhar 24 horas. Atualmente, o sistema inclui uma folga de 72 horas a cada 24 horas trabalhadas. Isso permitirá um aumento do efetivo nas ruas.
Beltrame também anunciou que serão feitas operações policiais em comunidades que têm ramificações da quadrilha que comanda a venda de drogas nos complexos da Penha e do Alemão.
"A Polícia Militar está indignada com mais um ataque covarde a um policial. Um ataque facínora que tirou a vida de mais um integrante de nossa corporação. Sabemos do risco que é a profissão, mas o nosso trabalho não vai parar. Estamos tomando medidas mais duras com o envio de mais policiais militares para as favelas”, disse o comandante da PM do Rio, coronel José Luís Castro Menezes.
O comandante também defendeu que o Congresso discuta penas mais duras para quem comete crimes contra a vida do policial. “É importante que as pessoas entendam que estamos ali para proteger a sociedade. Quando um marginal atenta contra a vida de um policial, a pena tem que ser mais severa, como já é em diversos países. A gente espera que o Congresso e a sociedade colaborem”, disse.
Beltrame e o coronel Menezes participaram hoje da cerimônia de formatura de mais cerca de 500 soldados da Polícia Militar, na zona oeste da capital.