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Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2012 às 20h07.
São Paulo - Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a Universidade de São Paulo (USP) não pretende adotar o sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi abordado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição.
Outras instituições estaduais também prometem não aderir ao programa que reserva vagas para estudantes negros ou pobres. É o caso das universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp). Todas as três - USP, Unesp e Unicamp - defendem a prevalência do mérito na seleção e informam que já possuem ações de inclusão, sem, no entanto, reservar vagas.
A ONG Educafro afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça contra as três instituições para que o sistema seja adotado. O processo deverá ser protocolado até o dia 11 de maio.
A USP não informou a quantidade de negros matriculados. A universidade mantém o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que dá bônus no vestibular a estudantes da rede pública. Neste ano, 28% dos novos alunos vieram de escolas públicas. Apesar de não adotar reserva de vagas, a Unicamp é a única que tem benefício específico para pretos, pardos e indígenas. Eles chegam a receber 7% de bônus na nota, cerca de 2 pontos porcentuais a mais que alunos de escola pública - também beneficiados.
A Unesp também não soube informar a participação de negros entre os matriculados. A instituição foi a que mais incluiu alunos de escola pública: 41%.