Brasil

União pode adiar 3ª fase do Minha Casa

Uma das razões é que não há dinheiro para contratar novas moradias para a faixa 1 do programa até segundo semestre de 2016


	Dilma Rousseff durante entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida: uma das oara o adiamento é que não há dinheiro para contratar novas moradias para a faixa 1 do programa até segundo semestre de 2016
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff durante entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida: uma das oara o adiamento é que não há dinheiro para contratar novas moradias para a faixa 1 do programa até segundo semestre de 2016 (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 08h50.

Brasília - Diante da frustração de recursos e da indefinição do orçamento de 2016, o governo pode ser obrigado a postergar o anúncio da terceira etapa do Minha Casa Minha Vida. Pelo Twitter, a presidente marcou para quinta-feira, 10, o anúncio da nova fase do programa de habitação.

No entanto, fontes da construção civil, dos ministérios e dos bancos disseram que o governo não conseguiu bater o martelo sobre os novos parâmetros e que o lançamento deve ser adiado ou ficar mais "discreto".

Uma das razões é que, por mais que a presidente afirme que os cortes dos gastos não vão atingir programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, não há dinheiro para contratar novas moradias para a faixa 1 do programa até segundo semestre de 2016.

Para as famílias mais pobres, que ganham até R$ 1,6 mil, 95% do imóvel é bancado com recursos públicos.

O orçamento do programa de 2016 aloca a maior parte do dinheiro para pagar as obras que já estão em andamento. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que as contratações da nova fase vão ser feitas em "velocidade menor".

Ao entregar casas em Campina Grande (PB), na sexta, Dilma voltou a afirmar que o governo vai contratar 3 milhões de moradias até o fim de 2018.

"Nós vamos suar a camiseta para fazer essas 3 milhões de moradias contratadas. Não digo que todas vão estar prontas, mas vão estar contratadas", discursou. Na cerimônia, Dilma não prometeu lançar a terceira fase do programa nesta semana.

A principal novidade da fase 3 do MCMV é a criação de uma faixa de renda batizada de Faixa 1 FGTS. A nova modalidade vai beneficiar famílias com renda mensal de R$ 1,2 mil a R$ 2,4 mil, que poderão comprometer até 27,5% da renda familiar com o financiamento da casa própria.

No entanto, essa nova faixa precisa ser aprovada pelo conselho curador do FGTS, que reúne representantes dos trabalhadores, de empresários e do governo. A próxima reunião do conselho é dia 16 -outro entrave para o anúncio do dia 10.

Para as faixas 2 e 3 do MCMV, direcionada a famílias com renda de até R$ 3.275 e R$ 5 mil, respectivamente, a fonte de recursos é também o FGTS, o que garantiu as contratações em meio às restrições de orçamento. O subsídio com os recursos do fundo tem teto de R$ 25 mil.

A mudança na remuneração dos saldos das contas do FGTS a partir de 2016, como aprovada pela Câmara dos Deputados, ainda deve resultar em um aumento de até 38% na parcela paga pelos compradores de imóveis nas faixas 2 e 3 do programa.

As instituições financeiras não fecham contratos com comprometimento superior a 30% da renda.

Ou seja, menos pessoas conseguirão ser enquadradas porque as parcelas devem ficar mais caras. A própria presidente já tinha alertado que a mudança na correção do fundo encareceria os financiamentos e poderia inviabilizar a terceira fase.

O governo ainda espera conseguir modificar a proposta, que precisa do aval do Senado.

Procurado, o Palácio do Planalto disse que trabalha com a data do dia 10 para o anúncio da terceira etapa do programa.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaGoverno DilmaHabitação no BrasilMinha Casa Minha Vida

Mais de Brasil

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social

Polícia argentina prende brasileiro condenado por atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo