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União Brasil é excluído de reunião de líderes da base com Fernando Haddad

Partido tem três ministérios, mas ainda não está alinhado ao governo

União Brasil: O líder do partido, deputado Elmar Nascimento (BA), afirmou que não houve convite do governo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

União Brasil: O líder do partido, deputado Elmar Nascimento (BA), afirmou que não houve convite do governo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 7 de fevereiro de 2023 às 08h49.

Com o objetivo de acelerar a aprovação de medidas provisórias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma reunião nesta segunda-feira com líderes partidários da Câmara. Apesar do esforço do governo em tentar construir consenso para os textos, o União Brasil, terceiro maior partido da Casa, com 59 deputados, e sigla que tem três ministérios, não participou da reunião.

O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), afirmou que não houve convite do governo. Não fomos chamados, disse.

O encontro foi organizado para discutir a MP que trata da transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central para o Ministério da Fazenda e a que determina a volta do voto de desempate a favor da Receita nos julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

Participaram da conversa os líderes do governo, José Guimarães (PT-CE), do PT, Zeca Dirceu (PR), do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), do PSD, Antonio Brito (BA), do PDT, André Figueiredo (CE), do PSB, Felipe Carreras (PE), do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), e do PV, Bacelar (BA).

Na saída, Guimarães disse que, se pudesse, convidava "todo mundo", mas que o diálogo era apenas para aliados de primeira hora.

Aqui é uma conversa inicial com aqueles que já estão formalmente (na base). Cada dia conversamos com um. Começou com o PT, foi pro PV, PCdo B, Avante, pro PSD, MDB, e vamos avançando.

O deputado não informou se União, PP e Republicanos participarão do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira. Ao deixar o local, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável por fazer a articulação com o Congresso, elogiou o diálogo.

Tivemos uma reunião que vai ser uma prática desse governo. Os ministros irão dialogar com os líderes, com os parlamentares que pegam a discussão das propostas, afirmou.

MPs enfrentam resistência

As duas medidas provisórias enfrentam resistência no Congresso. PP e Republicanos entraram hoje com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a volta do voto de desempate a favor da Receita. A ida do Coaf para a Fazenda também enfrenta insatisfação, principalmente do senador Sérgio Moro (União-PR), que já apresentou emendas para impedir a saída da estrutura do BC.

Mesmo com três ministros, o União Brasil não se classifica como base do governo. O argumento do partido é que os nomes que compõem a Esplanada dos Ministérios foram negociados principalmente pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). Para atrair a bancada na Câmara e no Senado, o governo negocia com indicações de cargos no segundo e terceiro escalão com a legenda.

O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), disse que a ausência do partido na reunião é natural.

União não é da base, é natural. É independente, declarou.

Mesmo assim, a legenda é tratada como base pelos líderes do governo na Câmara e no Senado. Procurado, o Ministério da Fazenda diz que abriu esse espaço para a primeira conversa, mas não comenta especificamente os convidados.

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