Michel Temer: há polêmicas sobre o assunto antes mesmo do início das sessões
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2017 às 06h08.
Última atualização em 3 de julho de 2017 às 08h12.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve indicar nesta semana o nome do relator para a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer.
Há polêmicas sobre o assunto antes mesmo do início das sessões. A primeira delas é o uso da indicação de um cargo em uma estatal para agradar a base aliada.
Temer trocou a mudança na presidência de Furnas de Ricardo Medeiros para Júlio Cesar Andrade, que conta com apoio do senador Romário (Podemos-RJ) e da bancada do PMDB de Minas – incluindo Pacheco.
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Embora Pacheco alegue que Andrade não é uma indicação pessoal, o momento para a mudança – dias antes de ele escolher o relator que ajudará a selar o destino de Temer – é péssimo.
Nos últimos dias, o deputado, que é do mesmo partido do presidente, deu declarações reforçando que indicaria alguém com conhecimento jurídico e “relativa independência” em relação às bases governista e oposicionista. A indicação da presidência para Furnas coloca pressão para que a “relativa independência” fique de fora.
Os favoritos do governo para a relatoria são os deputados Jones Martins (PMDB-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS). Ainda assim, Pacheco é uma incógnita para o governo.
Além de dizer que quer um relator independente, ele também colocou-se contrário a intenção do Planalto de fazer uma tramitação conjunta das denúncias contra o presidente.
Até agora, apenas uma foi apresentada, mas outras três – por prevaricação, organização criminosa e obstrução à Justiça – devem estar a caminho da Câmara. A atuação de Pacheco vinha incomodando tanto que líderes da base articulavam para retaliar o deputado quando possível.
A CCJ recebeu os papéis da denúncia na última quinta-feira e Michel Temer já foi notificado. Ele tem 10 sessões para apresentar sua defesa, mas deve fazer isso de forma mais rápida para tentar acelerar a tramitação.
De qualquer forma, o governo terá dias difíceis na CCJ. Seis dos sete deputados do PSDB, por exemplo, devem votar pela admissibilidade da denúncia.
Após a apreciação na CCJ, a denúncia segue para o plenário da Câmara, onde deve ser aprovada por dois terços dos 513 deputados para que possa ser avaliada pelo Supremo. Caso o presidente se torne réu, ele é afastado do cargo por 180 dias.