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Um perfil em números dos senadores que votam o impeachment

Dados abertos do Senado mostram a queda de apoio à Dilma Rousseff na Casa e quais desses parlamentares a acusam de crimes quando são suspeitos de outros

Senado: dados mostram a queda de apoio à Dilma Rousseff na Casa (Wilson Dias/ABr)

Senado: dados mostram a queda de apoio à Dilma Rousseff na Casa (Wilson Dias/ABr)

Raphael Martins

Raphael Martins

Publicado em 11 de maio de 2016 às 06h00.

Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 14h44.

São Paulo – O Senado Federal recebe nesta quarta-feira em plenário a votação da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Na prática, os parlamentares votam pela abertura do julgamento da mandante por crime de responsabilidade e seu consequente afastamento do cargo por até 180 dias.

De acordo com o Placar do Impeachment de EXAME.com, espera-se que ao menos 50 dos 80 senadores votantes encaminhem contra a presidente. Para a licença, bastam 41 votos.

Ao traçar um breve perfil do Senado por dados abertos, é possível observar algumas características da Casa que vota o impeachment.

Pesa contra Dilma o encaminhamento das bancadas oposicionistas e daquelas que a abandonaram durante a legislatura. Na época de eleição, sua base comandaria até 65% das cadeiras. Hoje, a presidente tem apoio de apenas 25%.

O líder em cadeiras é o PMDB, que desembarcou do governo em março e levou consigo 18 cadeiras. Principal oposicionista, o PSDB tem o segundo lugar no ranking com mais 11 senadores na Casa — o PT divide o degrau do pódio.

O trâmite de votação será diferente do aplicado na Câmara, com abertura para fala de parlamentares e posterior votação digital. Para analistas, o clima será diferente do observado em 17 de abril, já que senadores são mais comedidos.

“São mais experientes e a repercussão negativa do que aconteceu na Câmara influenciará o comportamento dos senadores”, afirma Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores. “Como a questão suscita discussões exacerbadas, ainda podem ocorrer algumas estridências nos discursos.”

Deve-se, portanto, observar menos parlamentares bradando “pela família, pelos filhos e contra a corrupção”. Faz certo sentido porque nada menos que 55% dos senadores desta legislatura tem alguma pendência na Justiça, segundo a Transparência Brasil. Nas investigações da Operação Lava Jato, são 14 nomes ao menos citados.

Alguns números e curiosidades sobre a Casa Alta do Legislativo Brasileiro, você confere abaixo.

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