A paralisação de alunos, professores e técnicos é contra os cortes anunciados pelo governo federal no orçamento da instituição (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2015 às 16h48.
Rio de Janeiro - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiu esta semana suspender o calendário escolar, por causa da greve.
Alunos e técnicos-administrativos paralisaram as atividades há dois meses e foram seguidos pelos professores, que entraram em greve no dia 23 de junho. Com isso, no último dia 27, o novo reitor da universidade, Roberto Leher, suspendeu as atividades.
De acordo com nota publicada no site da instituição, a medida evita que alunos sejam prejudicados e é uma resposta à suspensão das matrículas presenciais interrompidas pelos técnicos.
Os profissionais deveriam receber os alunos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para ingressar nos cursos da universidade no segundo semestre deste ano.
Segundo a nota da UFRJ, o novo calendário será estabelecido pelo Conselho de Graduação, assim que a greve acabar e devem incluir a reposição de aulas e provas do primeiro semestre.
A paralisação de alunos, professores e técnicos é contra os cortes anunciados pelo governo federal no orçamento da instituição, que passou de R$ 371 milhões para R$ 261, com 50% de cortes nos investimentos e de 10% nas verbas de custeio, que incluem gatos corriqueiros.
Segundo o presidente da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj), Cláudio Rezende, o ajuste inviabiliza o funcionamento da universidade.
“Os cortes afetaram, principalmente, as bolsas estudantis, as verbas de custeio: água, luz e o pagamento dos [funcionários] terceirizados e, obviamente, as verbas de investimento em 50%”, informou.
“Temos escolhas de Sofia para fazer: reformar o alojamento, construir o restaurante universitário ou o edifício para um curso que está alojado em conteineres ?”, questionou.
O Ministério do Planejamento diz que não comenta a gestão nas universidades. Sobre as negociações com os servidores informou ter oferecido um reajuste de 21,3% aos professores e técnicos, em quatro anos, na última reunião, além de aumento no tícket-alimentação, auxílio creche e no plano de saúde privado.