Corredores da UERJ: o ano letivo de 2017 ainda não começou na instituição (Veja Rio via/VEJA)
EXAME Hoje
Publicado em 28 de agosto de 2017 às 06h44.
Última atualização em 28 de agosto de 2017 às 07h49.
Uma semana depois do pretendido pelo reitor Ruy Garcia Marques, as aulas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) estão de volta nesta segunda-feira. Ainda com alunos e funcionários técnico-administrativos de braços cruzados, a primeira das categorias a voltar aos trabalhos é a docente. A Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) anunciou que retorna em “estado de greve”. Como EXAME mostrou na semana passada, há grande desconfiança por parte da comunidade da UERJ em relação à condução da crise por parte do governo do estado, gestão de Luiz Fernando Pezão (PMDB).
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“Trabalhamos até três meses com salários atrasados. A insatisfação é muito grande. A gente considerou a universidade como um todo, mas ainda temos problemas, como o salário dos substitutos que está com atraso de seis meses, e a falta de um calendário de pagamentos”, disse o professor Guilherme Mota, da Asduerj, ao G1. “Sem o calendário, não há previsibilidade sobre para dívidas”.
O governo Pezão promete quitar todos os atrasos de folha de pagamento em breve e bolsas Prociência e Proatec a partir de setembro. Além de salários, contudo, a UERJ sofre com falta repasses para custeio. São necessários 90 milhões de reais anuais para manutenção da universidade, como limpeza, coleta de lixo e segurança. A UERJ teve pagos pelo governo apenas 15 milhões de reais em contratos no ano passado e apenas contas pontuais em 2017.
Para eliminar as dívidas, o governo do Rio conta com a homologação do Plano de Recuperação Fiscal do estado, uma espécie de lei de resgate a federações falidas. O acordo renderá mais de 3 bilhões de reais aos caixas do governo e suspensão de dívidas com a União. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estimou no último dia 14 que dentro de duas semanas, o acordo de recuperação fiscal do Rio de Janeiro seria homologado. Por enquanto, nem notícia. Aí está parte da desconfiança de estudantes e professores que ainda nem começaram o ano letivo de 2017 por falta de dinheiro.