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Twitter apaga mensagens de Bolsonaro que contrariam recomendações de saúde

Bolsonaro tem contrariado as orientações e defendido o fim do isolamento social, que tem sido usado para conter a propagação do coronavírus

Jair Bolsonaro: presidente também tem criticado medidas de restrição à circulação adotadas por governadores e prefeito (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente também tem criticado medidas de restrição à circulação adotadas por governadores e prefeito (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 30 de março de 2020 às 08h47.

Última atualização em 30 de março de 2020 às 08h49.

O Twitter apagou duas publicações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro na rede social no domingo, nas quais ele divulgou vídeos que fez em cidades-satélites no Distrito Federal em que conversava com um vendedor ambulante e outro em que visitou um supermercado, provocando aglomerações e contrariando orientações de autoridades de saúde para conter a disseminação do coronavírus.

Em nota, a rede social informou que recentemente ampliou suas regras para abranger conteúdos contrários à saúde pública. Nos vídeos, Bolsonaro defende que as pessoas voltem ao trabalho e volta a citar o medicamento hidroxicloroquina como um tratamento para o Covid-19, doença causada pelo coronavírus, embora os estudos sobre sua eficácia estejam em estágios iniciais.

"O Twitter anunciou recentemente em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19", afirmou a rede social em nota quando indagada sobre a decisão de apagar as publicações do presidente.

Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu imediatamente aos pedidos por comentários.

Bolsonaro tem contrariado as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e defendido o fim do isolamento social, que tem sido usado para conter a propagação do coronavírus.

O presidente também tem criticado medidas de restrição à circulação adotadas por governadores e prefeitos e afirmado que os gestores locais são "exterminadores de empregos", trabalham com o conceito de "terra arrasado" e estão cometendo "um crime" contra a economia do país.

Ainda no domingo, após o passeio que fez pelas cidades-satélite, Bolsonaro disse que estava "com vontade" de editar um decreto nesta segunda-feira que libera a volta das pessoas ao trabalho, medida que contraria o que tem preconizado o Ministério da Saúde e o titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta.

Bolsonaro também tem minimizado a pandemia, referindo-se por mais de uma vez ao Covid-19 como uma "gripezinha". Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença já matou 136 pessoas até o domingo e o Brasil tem 4.256 casos confirmados de infecção pelo coronavírus.

No mundo, de acordo com a OMS, o Covid-19 já matou mais de 30 mil pessoas e existem mais de 638 mil casos confirmados em 202 países.

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