Câmara: "Eles terão liberdade pra cada um exercer aquilo que se propuserem", disse o líder (Zeca Ribeiro/Agência Câmara)
Reuters
Publicado em 28 de junho de 2017 às 18h08.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às 18h27.
Brasília - O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP), disse nesta quarta-feira que os parlamentares do partido terão liberdade para votarem como quiserem sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer quando o caso for analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
Em entrevista coletiva ao lado do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que se reuniu com a bancada tucana entre outros vários compromissos em Brasília nesta quarta, Tripoli disse que o PSDB avalia "diariamente" sua relação com o governo Temer, em meio à pressão de parte da bancada pelo desembarque da legenda do governo.
"Eles terão liberdade pra cada um exercer aquilo que se propuserem", disse o líder quando indagado sobre a votação da acusação contra Temer na CCJ.
"A denúncia é grave. Agora, você não pode negar o direito de defesa às pessoas. A nossa Constituição dá a todos o direito de defesa portanto, nós estamos aguardando que ele faça sua defesa e a avaliação será da bancada federal."
O líder tucano defendeu, ao mesmo tempo, que as acusações envolvendo o presidente não podem gerar instabilidade que afete a votação de reformas como a trabalhista e a da Previdência e disse que o PSDB, que tem quatro ministros no governo Temer, dará apoio não a governos, mas ao Brasil.
"Se essas matérias não forem votadas, isso vai implicar num problema muito sério de instabilidade política e social. E nós vamos trabalhar no sentido de ainda mantermos essa agenda que apresentamos, principalmente essas reformas que são fundamentais para o Brasil", disse Tripoli.
"Se houver condição de governabilidade, nós daremos apoio ao Estado brasileiro, não importa qual o governo que esteja à frente do Estado brasileiro, o mais importante é o país."
Na mesma linha, Doria defendeu a necessidade de reformas e disse que cabe ao Diretório Nacional do PSDB tomar uma decisão oficial sobre a relação do partido com o governo Temer.
"Eu não defendo o presidente Temer. Eu defendo o Brasil", disse o prefeito, que tem sido apontado como potencial candidato tucano à Presidência em 2018.
"Compete ao Diretório Nacional do PSDB uma manifestação formal a esse respeito", respondeu quando indagado sobre a denúncia contra Temer.