Brazil's President-elect Jair Bolsonaro (R) listens to his Vice President-elect Hamilton Mourao before receiving a confirmation of his victory in the recent presidential election in Brasilia, Brazil December 10, 2018. REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 9 de junho de 2020 às 06h20.
Última atualização em 9 de junho de 2020 às 07h48.
Nos últimos dias, a atenção do país esteve voltada para a tentativa do Ministério da Saúde de reduzir a transparência dos dados de mortes pela pandemia do novo coronavírus. Mas nesta terça-feira, 9, o foco estará voltado para outro órgão: o Tribunal Superior Eleitoral.
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que assumiu a Presidência do TSE no final de maio, colocou em pauta duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) referentes à eleição de 2018. Elas foram abertas pelas coligações partidárias então lideradas por Marina Silva e Guilherme Boulos.
No limite, a investigação sobre abuso de poder pode resultar na cassação e inelegibilidade da chapa vencedora do hoje presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).
As ações se referem a um ataque virtual, em setembro de 2018, que fez o grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”, com 2,7 milhões de membros, se transformar no para “Mulheres COM Bolsonaro #17”.
Em novembro de 2019, o relator Og Fernandes destacou que não havia prova da autoria e que ela não teria tido impacto suficiente para afetar o resultado eleitoral. O ministro Edson Fachin pediu vista e agora o julgamento será retomado.
Há outras seis Aijes tramitando no TSE sobre a chapa, incluindo quatro sobre contratação de disparos em massa de WhatsApp na campanha, outra sobre colocação de outdoors em pelo menos 33 municípios de 13 estados e outra sobre uso indevido de meios de comunicação.
Na quarta-feira (10), o STF decide o andamento do inquérito das fake news, que afetou alguns dos principais aliados do presidente. E há um movimento pela aceitação dos processos de impeachment na medida em que se acumulam as evidências de crimes de responsabilidade cometidos durante o mandato. Ao que tudo indica, a pressão sobre Bolsonaro seguirá alta.