O ex-ministro é alvo de outras 15 ações que já foram ajuizadas no TSE (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 30 de junho de 2023 às 19h18.
Última atualização em 30 de junho de 2023 às 19h23.
Inocentado por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-ministro da Casa Civil e candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto (PL) está livre, até o momento, para concorrer às eleições municipais do ano que vem. O general da reserva é cotado para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que tentará a recondução ao cargo.
Apesar do resultado favorável no julgamento sobre abuso de poder político e dos meios de comunicação durante a reunião com embaixadores, o caso não é o único que ameaça a elegibilidade de Braga Netto. O ex-ministro é alvo de outras 15 ações que já foram ajuizadas no TSE.
No julgamento que selou a inelegibilidade de Bolsonaro, o ex-presidente foi considerado o único responsável pelo evento com os embaixadores. Com isso, o voto do relator livrou da inelegibilidade o general Walter Braga Netto.
Após o resultado do julgamento, Braga Netto escreveu nas redes sociais que "não apenas o direito de Bolsonaro foi invalidado, mas também a prerrogativa de milhões de brasileiros de escolher democraticamente seu representante".
A ação do PDT pediu que Bolsonaro e Braga Neto fossem condenados por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada durante a campanha. O Ministério Público Eleitoral entendeu, no entanto, que Bolsonaro foi o único responsável pela reunião. A posição do MPE foi seguida pelos ministros do TSE.
Como mostrou o "Estadão", Braga Netto lidera a corrida interna no PL para a disputa do ano que vem contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que tentará o seu quarto mandato. Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa, Bolsonaro costura a candidatura de seu vice para agradar ao seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.
Braga Netto foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. "Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar para vocês agora", disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.