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Trump não é a pessoa mais importante do mundo. Deus é, diz Bolsonaro em SC

Durante evento de formatura da Polícia Rodoviária Federal, em Florianópolis, o presidente também voltou a falar em "preferências" no pleito americano

Donald Trump e Jair Bolsonaro (Eva Marie Uzcategui/Bloomberg/Getty Images)

Donald Trump e Jair Bolsonaro (Eva Marie Uzcategui/Bloomberg/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 13h58.

Última atualização em 6 de novembro de 2020 às 14h26.

Enquanto os resultados preliminares indicam a tendência de vitória do democrata Joe Biden nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 6, em Santa Catarina, que os acontecimentos fora do país interessam "para cada um de nós" no Brasil. Durante evento de formatura da Polícia Rodoviária Federal, em Florianópolis, o presidente também voltou a falar em "preferências" no pleito americano.

"O momento do Brasil ainda é difícil. Assistimos a política externa. Temos nossas preferências e o que acontece lá fora interessa para cada um de nós aqui dentro", disse. Para os novos formandos da PRF, Bolsonaro mencionou Deus e a necessidade de ter humildade mais de uma vez. Ele citou ainda o presidente americano, Donald Trump, para quem torce pela reeleição. Bolsonaro disse que o chefe de Estado americano não é a pessoa mais importante do mundo, mas sim Deus.

"Em certos momentos, somente uma coisa nos encoraja e nos fortalece. É Deus sempre acima de tudo", disse. "Eu não sou a pessoa mais importante do Brasil, assim como [Donald] Trump não é a pessoa mais importante do mundo, como ele bem mesmo disse. A pessoa mais importante é Deus. A humildade tem de se fazer presente entre nós", declarou.

Bolsonaro também fez elogios ao ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral, presente no evento e que assumirá vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). O presidente afirmou que o ministro assumirá o novo cargo "por sua competência e por gozar de uma amizade desde há muito para comigo".

Apesar de recentes conflitos internos na cúpula de ministros, em seu discurso, Bolsonaro também destacou que em sua equipe em Brasília "todos conversam entre si". Ele ressaltou que "todos os ministros" foram escolhidos por um critério "técnico", "de patriotismo" e de "ter Deus no coração".

Formatura

O grupo de mais de 600 formandos da PRF é composto de aprovados remanescentes de um concurso realizado em 2018. Em maio, após pedidos ao presidente, os candidatos foram nomeados por meio de decreto assinado por Bolsonaro, com o aval do ministro Paulo Guedes, da Economia. Em sua fala, o ministro André Mendonça, da Justiça e Segurança Pública, avaliou a nomeação do grupo como um "milagre" possibilitado por Bolsonaro e Jorge Oliveira.

Também participaram da solenidade, entre outras autoridades, o ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, o senador Jorginho Mello (PL-SC), o secretário especial da Pesca, Jorge Seif, além de Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos — cotado para assumir a vaga na Secretaria-Geral deixada com a saída de Jorge Oliveira.

A governadora interina do estado, Daniela Reinehr (sem partido), também compareceu à solenidade. Na quarta-feira, 4, ela foi recebida no Palácio do Planalto, em Brasília, por Bolsonaro. Desde que assumiu o governo do estado, na semana passada, Daniela Reinehr tem reforçado seu alinhamento com a gestão de Bolsonaro.

Logo depois de passar por Santa Catarina, Bolsonaro vai a Renascença, no interior do Paraná, para a inauguração da Pequena Central Hidrelétrica Bedim, construída no Rio Santana. No fim da tarde, ele volta para Brasília.

Maia diz que Brasil pode refletir EUA

Na mesma hora em que Bolsonaro falava em Santa Catarina, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse no Macro Vision 2020, evento virtual promovido pelo banco Itaú, que os próximos seis meses da gestão do presidente serão decisivos para seu fortalecimento ou enfraquecimento.

“Somado a isso, o exemplo que a gente está vendo dos Estados Unidos, como que os movimentos mais radicais trabalham o processo eleitoral, principalmente o processo de apuração. Acho que isso pode ser um espelho para o Brasil. Não quer dizer que vá acontecer, mas pode ser", afirmou.

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