Eduardo Cunha: o ex-deputado é suspeito de ter recebido propina do estaleiro coreano Samsung para atuar na contratação de navios-sonda com a Petrobras (Adriano Machado/Reuters/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de maio de 2017 às 20h19.
Rio de Janeiro - O Tribunal Regional Federal da Segunda Região decidiu nessa segunda-feira remeter à Justiça Federal de Curitiba o processo no qual o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha é acusado de participar de uma esquema de corrupção em contratos da Petrobras.
A defesa de Cunha, que está preso em Curitiba, queria que o processo tramitasse na Justiça Federal do Rio, mas não conseguiu fugir da vara onde está o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato na primeira instância.
Cunha é suspeito, de acordo com o MPF, de ter recebido propina do estaleiro coreano Samsung para atuar na contratação de navios-sonda com a Petrobras.
O equipamento se destinava a operações de perfuração em águas profundas na África e no Golfo do México.
Essa negociação teria sido efetuada com a intervenção de Solange Almeida e de Júlio Camargo, que prestou colaboração premiada e foi condenado pela Justiça Federal paranaense.
Cunha e a ex-prefeita e ex-deputada Solange Almeida foram denunciados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Como prefeita, Solange tinha foro privilegiado, mas com o fim do mandato em 2016, ela perdeu o direito de ser julgada em segunda instância.
A defesa de Cunha, para evitar o juiz Sérgio Moro, apresentou um recurso à Justiça.
"Há um conjunto probatório que demanda apreciação por um único juízo (13ª Vara Federal de Curitiba/PR), no caso prevento, eis que lá houve apuração em relação aos demais réus envolvidos nos mesmos fatos", declarou na sentença o desembargador federal Paulo Espírito Santo.