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Três homens são presos pela morte do congolês Moïse no Rio

Segundo apurou o GLOBO, o segundo detido confessou o crime informalmente no momento da prisão

Moïse: Segundo o inquérito, o corpo de Moïse foi encontrado por policiais militares do 31º BPM (Recreio) ainda amarrado, no chão, próximo ao Tropicália (Twitter/Facebook/Reprodução)

Moïse: Segundo o inquérito, o corpo de Moïse foi encontrado por policiais militares do 31º BPM (Recreio) ainda amarrado, no chão, próximo ao Tropicália (Twitter/Facebook/Reprodução)

AO

Agência O Globo

Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 07h13.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 07h15.

Três homens suspeitos de terem matado o congolês  Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos já estão detidos pela Polícia Civil. A investigação os identificou após os rapazes terem sido flagrados cometendo o crime por uma câmera de segurança. O primeiro homem se entregou nesta terça-feira à Polícia Civil. O segundo detido foi encontrado na favela Três Pontes Paciência, bairro da Zona Oeste do Rio, escondido em casa de parentes. A região é controlada por milicianos.

A Polícia também apreendeu um taco de madeira usado no crime. Segundo a polícia, o artefato estava escondido em uma mata próxima ao quiosque nesta terça-feira. A investigação descobriu que o objeto foi descartado pelos criminosos e uma testemunha indicou o local.

— Estamos há uma semana trabalhando de forma ineterrupta e hoje localizamos e estamos ouvindo as três pessoas que praticaram as brutais agressões. As três pessoas não trabalham no quisoque e o dono ajudou e foi solícito nas investigações. Como foi verificado no vídeo, foram inúmeras agressões e de uma brutalidade absolutamente desproporcional. Mesmo que, ao final das agressões, tenha havido uma tentativa de reanimar a vítima, isso não apaga a brutalidade das ações realizadas anteriormente. A vítima sendo agredida com um pedaço de pau por diversos minutos demonstra com muita clareza que foi uma ação extremamente cruel. — diz o delegado Edson Henrique Damasceno, responsável pela investigação:

— Houve uma ação extremamente cruel. Os autores estão na Delegacia de Homicídios e o pedido de prisão temporária dos três por homicídio duplamente qualificado será encaminhado para o plantão judiciário ainda hoje — completa.

Segundo apurou o GLOBO, o segundo detido trabalha vendendo caipirinha na praia da Barra da Tijuca e confessou o crime informalmente no momento da prisão: "fiz uma besteira", disse o homem aos agentes. Para prende-lo, os policiais tiveram que arrombar a porta da casa onde ele estava.

De acordo com as imagens, a briga começa por volta de 22h25. Um dos homens pega um pedaço de pau e Moïse, uma cadeira. Eles andam um atrás do outro e o estrangeiro chega a tirar a camisa, até ser surpreendido por outros dois agressores, que lhe jogam no chão, próximo a uma escada que dá acesso à praia. A partir daí, os três dão início a uma série de violência contra ele.

Os vídeos mostram ainda que, cerca de dez minutos depois, os agressores chegam a amarrar as mãos e os pés de Moïse com um fio. Aproximadamente 20 minutos mais tarde, uma mulher se junta ao grupo e dois homens tentam fazer a reanimação do estrangeiro, com massagens cardíacas.

Segundo o inquérito, o corpo de Moïse foi encontrado por policiais militares do 31º BPM (Recreio) ainda amarrado, no chão, próximo ao Tropicália. Ele prestava serviço pontualmente no local servindo mesas na areia e, segundo parentes, pretendia tentar cobrar pagamentos atrasados quando acabou sendo morto.

Os três detidos alegam que houve uma desavença que culminou em uma briga e negam qualquer relação entre o ocorrido e a nacionalidade da vítima.

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