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Transgênicos atingirão 53,1 milhões de hectares no Brasil em 2019/20

Estudo da Céleres mostra avanço de 2,6% ante a temporada anterior impulsionado pelo uso de milho e soja transgênicos

Agricultura: Brasil deve se consolidar como o maior produtor global de soja, superando os EUA (Paulo Fridman/Getty Images)

Agricultura: Brasil deve se consolidar como o maior produtor global de soja, superando os EUA (Paulo Fridman/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 12h39.

São Paulo — O Brasil cultivará 53,1 milhões de hectares com transgênicos na temporada atual 2019/20, cujo plantio está em andamento, avanço de 2,6% ante a temporada anterior impulsionado pela adoção de milho e soja geneticamente modificados, apontou nesta terça-feira estudo da Céleres.

Do total projetado, 35,3 milhões de hectares serão semeados com soja (+1,7% ante 2018/19), 16,3 milhões de hectares com milho (+4,5%) e 1,45 milhão de hectares com algodão (+1%), afirmou a consultoria.

"A tendência é de que a taxa (de crescimento) se mantenha nesse patamar pelos próximos anos, uma vez que as culturas da soja e milho --maiores cultivos transgênicos no Brasil-- já atingiram seu limite de adoção", disse a Céleres.

A consultoria ressaltou que na safra passada o Brasil se tornou o maior país do mundo em plantio de soja geneticamente modificada, superando os Estados Unidos.

Além de maior exportador, o Brasil deverá se consolidar em 2019/20 como o maior produtor global de soja (incluindo o produto convencional), superando os norte-americanos, que sofreram uma quebra por problemas climáticos no atual ciclo.

A consultoria destacou ainda perspectivas por novas variedades transgênicas disponíveis aos produtores do Brasil nos próximos anos, como a soja tolerante à seca, desenvolvida em parceria entre TMG e Verdeca.

"A expectativa quanto à chegada de novas tecnologias vem crescendo no mercado, principalmente com a recente liberação do plantio comercial de variedades de soja resistentes ao herbicida dicamba, a soja Intacta 2 Xtend, da Bayer", disse a Céleres.

Apesar da liberação da soja resistente ao dicamba, produto visto com cautela por alguns produtores, a Bayer prevê que a entrada do pacote tecnológico no mercado brasileiro só acontecerá em 2021, no aguardo da aprovação por parte da China, principal importador global.

Amplamente utilizado nos Estados Unidos, o dicamba foi descrito por agricultores como um produto volátil e que pode facilmente ser espalhado pelo vento, comprometendo a soja não tolerante a ele.

A Céleres citou outras tecnologias que estão por vir, como o pacote Enlist, da Corteva, que para a soja combina tolerância ao 2,4-D, glifosato e glufosinato, e para o milho traz ainda uma adicional tolerância ao haloxifope.

Tanto a Xtend® quanto a Enlist trarão novas proteínas de resistência a insetos. "Isso ampliará a variedade de lagartas-pragas controladas por OGMs na soja e no milho", disse a Céleres.

A empresa citou também que, apesar de o processamento de cana geneticamente modificada ainda não ser permitido, cultivares já estão sendo plantadas por produtores em áreas de multiplicação de forma controlada.

A expansão da área semeada com transgênicos no Brasil deve ocorrer, principalmente, nas fronteiras agrícolas, pela conversão de novas áreas para agricultura, completou o estudo.

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