Tulio Maciel: dhefe do Departamento Econômico do BC explicou que, se concretizadas novas projeções do BC para o ano, há financiamento garantido de cerca de 80% (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 16h24.
Brasília - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou nesta terça-feira, 24, que o resultado negativo de US$ 5,505 bilhões das transações correntes de agosto evoluiu dentro de um quadro esperado pela instituição.
Da mesma forma, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) de US$ 3,775 bilhões também veio dentro do previsto.
"O volume de conta corrente que continua financiado pelo Investimento Estrangeiro Direto segue muito significativo, esse é um quadro positivo, confortável", avaliou durante entrevista coletiva.
Ele acrescentou que as outras entradas que ajudam a financiar o rombo também estão favoráveis.
Maciel explicou que se forem concretizadas as novas projeções do BC para o ano, déficit em transações de US$ 75 bilhões e IED de US$ 60 bilhões, há um financiamento garantido de cerca de 80%, o que ainda é bastante positivo.
O chefe do Departamento Econômico do BC comentou que a previsão de déficit de transações correntes em 2013 pode ser mantida em US$ 75 bilhões porque a projeção menor da balança comercial foi compensada por uma menor estimativa de remessas de lucros e dividendos para o exterior.
Segundo Maciel, a variação do câmbio nos últimos meses tornou essas remessas mais caras, desestimulando esse tipo operação.
"As remessas de lucros até agosto estavam no mesmo patamar do ano passado, mas os ingressos de dividendos no país eram menores nessa comparação. Em setembro, porém, dados preliminares mostram ingresso líquido de dividendos", adiantou.
Por outro lado, o economista confirmou que os gastos de turistas brasileiros em viagens ao exterior contrariaram as expectativas do BC e continuaram crescendo, levando a autoridade monetária a rever para cima essa previsão para o ano.
"A despeito da desvalorização cambial, não reduzimos previsão de gastos com viagens, porque dados não mostram isso", completou Maciel.
Ele confirmou que os déficits em transações correntes de agosto (US$ 5,505 bilhões) e do acumulado do ano (US$ 57,952 bilhões) são os maiores da série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1947.
"Os dados de transações correntes variam mês a mês, mas o importante é verificar como isso é financiado. Atualmente 80% do déficit está sendo financiado por IED, o que nos dá uma situação tranquila, confortável", completou.
Projeção para setembro
Para setembro, Maciel projeta que o déficit da conta corrente será de US$ 1,3 bilhão. Ele prevê um rombo menor para este mês por conta do resultado melhor da balança comercial. "A balança vem melhorando e esse quadro se consolida em setembro", disse.
Maciel projetou também que o ingresso de IED deste mês será de US$ 4,8 bilhões. Ele chegou ao cálculo com base nas entradas de US$ 3,5 bilhões vista em setembro até o dia 20.