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Traficante 'Playboy' é morto em operação policial no RJ

Playboy tentou reagir e acabou baleado pelos policiais. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu

Favela no Rio de Janeiro: mata-se mais no Brasil do que em guerras (ANTONIO SCORZA/AFP PHOTO)

Favela no Rio de Janeiro: mata-se mais no Brasil do que em guerras (ANTONIO SCORZA/AFP PHOTO)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2015 às 16h33.

Rio de Janeiro  Um dos traficantes mais procurados do país, Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, foi morto neste sábado, 8, durante operação da Polícia Civil no Morro da Pedreira, em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro. Playboy, de 32 anos, foi baleado durante troca de tiros com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e morreu no Hospital Geral de Bonsucesso. A operação teve participação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal e do serviço de inteligência da Polícia Militar (PM).

Playboy foi encontrado na casa da namorada, não identificada. A "operação cirúrgica", segundo a PF, começou a ser preparada às 7 horas de sábado e tinha o objetivo único de localizar o traficante, o que ocorreu por volta de 11 horas. Ao deparar com os policiais, Playboy tentou reagir e acabou baleado. Pelo menos um dos tiros atingiu o abdômen. Levado ao hospital, ele não resistiu aos ferimentos e faleceu no início da tarde.

A operação mobilizou quase uma centena de agentes, três veículos blindados e apoio aéreo. Apesar disso, não houve confronto com outros bandidos. Após a morte de Playboy, o policiamento foi intensificado.

"Recebemos reforço do Batalhão de Choque e também reforçamos o entorno do Complexo da Pedreira", afirma o subcomandante do 41º Batalhão da PM (Irajá), major José Mattos. Segundo ele, até o momento não houve registro de protestos, mas o clima é tenso na região.

Playboy era apontado como um dos líderes da facção Amigo dos Amigos (ADA). Além do tráfico de drogas, atuava também como chefe de uma quadrilha de roubo de cargas. Nos últimos anos, comandou, em parceria com traficantes do Complexo do Caju, tentativas de invasão de favelas do Complexo da Maré, ambos na zona norte, levando terror aos moradores.

Em 31 de dezembro do ano passado, o bando de Playboy roubou 193 motos de um depósito Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio (Detro). Parte das motos foi devolvida. Em outubro do mesmo ano, o grupo do traficante invadiu instalações da Vila Olímpica Félix Mielli Venerando, em Honório Gurgel. A invasão foi registrada em fotos feitas pelos próprios bandidos.

Com recompensa de R$ 50 mil oferecida por sua captura pelo Disque Denúncia, Playboy disse, em entrevista à revista Veja, em fevereiro passado, ter subornado policiais que o prenderam no Morro da Pedreira, em 2014. Segundo o bandido, ele pagou R$ 648 mil em dinheiro e entregou aos policiais dois fuzis AK-47 e joias suas e de outros traficantes presos.

Na ocasião, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reconheceu que há policiais corruptos no Estado e conclamou quem tiver informações sobre corrupção policial a denunciá-la. Na entrevista, Playboy disse que pensava em se entregar, mas Beltrame descartou qualquer chance de negociação com o traficante. "O que vamos fazer é prendê-lo e um monte de gente que merece ser presa. Não vamos fazer dessas pessoas mito e muito menos um troféu", afirmou Beltrame.

Condenado a 15 anos e oito meses de prisão por tráfico, roubo e homicídio qualificado, Playboy estava foragido desde 2009 e raramente saía do Morro da Pedreira, um dos mais pobres e violentos do Rio. O traficante pertenceu à quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, especializada em assalto a residências. Jovem da classe média carioca que ingressou cedo no crime, Pedro Dom foi morto pela polícia em 2005, na Lagoa, na zona sul.

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