Marcelo Piloto: narcotraficante brasileiro, que estava preso no Paraguai, foi expulso do país nesta segunda-feira (Divulgação/Polícia do Paraguai/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 19 de novembro de 2018 às 09h52.
Última atualização em 19 de novembro de 2018 às 10h56.
Assunção - O presidente do Paraguai, Mario Abdo, decidiu nesta segunda-feira expulsar do país o chefe da organização criminosa brasileira Comando Vermelho, Marcelo Pinheiro Veiga, depois que ele matou uma jovem a facadas para tentar evitar sua extradição.
"Decidi expulsá-lo do país. O Paraguai não tem que ser terra para a impunidade de ninguém. Eu assumo os riscos, não queria esperar mais o processo da justiça. Temos essa atribuição e utilizamos a figura da expulsão", disse Abdo a repórteres.
Pinheiro, conhecido como Marcelo Piloto, foi enviado ao Brasil em uma operação discreta que contou com a participação de militares, disse a jornalistas um funcionário aeroportuário.
O procedimento de extradição para o Brasil, onde Pinheiro tem uma condenação pendente, estava chegando ao fim e o início de um novo processo penal por homicídio poderia tê-lo prolongado.
"Basta, quatro tentativas de fuga foram abortadas... a dinâmica da justiça mudou desde que pedimos o apoio, mas não quis arriscar que ficasse mais tempo aqui", acrescentou Abdo.
O crime aconteceu no sábado no Agrupamento Especializado, uma unidade da polícia que abriga detentos de alto perfil onde o réu, que reconheceu recentemente à mídia local que se dedicava ao tráfico de armas e drogas, estava preso há um ano.
A vítima, uma paraguaia de 18 anos, foi ferida diversas vezes com uma pequena faca antes de perder a consciência com um forte golpe na cabeça, disseram autoridades locais.
O ministro do Interior paraguaio, Juan Ernesto Villamayor, disse que Pinheiro seria transferido de Assunção ao aeroporto da hidroelétrica de Itaipú, localizada na fronteira entre o Paraguai e o Brasil, antes de ser entregue a autoridades brasileiras.
O Comando Vermelho é uma das maiores organizações criminosas brasileiras e, segundo autoridades de segurança locais, está utilizando o Paraguai como base.