Câmara dos Deputados, com a oposição dos partidos de esquerda e inclusive do PT, aprovou estender a possibilidade de se contratar empregados terceirizados para todos os setores da produção (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2015 às 10h47.
São Paulo - O Brasil amanheceu nesta quarta-feira com uma série de manifestações em várias cidades do país, em uma jornada de protesto convocada por movimentos sociais e sindicatos contra o projeto de lei que amplia e regulamenta a terceirização.
Em São Paulo, ocorreram bloqueios momentâneos em grandes rodovias. Manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) cortaram por 30 minutos o tráfego em trecho parte da Via Dutra, que liga as cidades do Rio de Janeiro a São Paulo, na altura de Guarulhos.
Além da CUT, os protestos foram convocados pela Central Trabalhadores do Brasil (CTB), Conlutas e Nova Central e Intersindical.
A rodovia entre Campinas e São Paulo também teve um trecho fechado, assim como a Via Anchieta, principal rodovia em direção ao Porto de Santos.
Em Minas Gerais, houve protestos contra a terceirização durante a madrugada em frente à entrada de fábricas no pólo industrial de Betim.
A Jornada Nacional de Paralisações também contou com a adesão de funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e empregados do serviço de transporte de Salvador, que atrasaram em duas horas o início de suas atividades.
Os metalúrgicos organizaram assembleias e ações contra a terceirização nas fábricas da Volkswagen, Mercedez Benz e Ford, também em São Paulo.
Um dos principais protestos durante a jornada será realizada pelos sindicatos em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apoia o projeto de terceirização.
Lutar contra a terceirização é uma "questão de honra", afirmou o ex-sindicalista e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem à noite, ao rejeitar o projeto que foi aprovado pelo Congresso.
A Câmara dos Deputados, com a oposição dos partidos de esquerda e inclusive do PT, aprovou estender a possibilidade de se contratar empregados terceirizados para todos os setores da produção, o que mobilizou os sindicatos.
De acordo com Vagner Freitas, presidente da CUT, a Consolidação das Leis de Trabalho, regime instaurado na década de 40, "será jogado no lixo se a terceirização for aprovada".