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Torre 'gigante' vai monitorar Amazônia

O observatório medirá com precisão sem precedentes os fluxos amazônicos de calor, água e gás carbônico


	Amazônia: a torre precisaria ser construída longe de qualquer aglomeração humana
 (Antonio Milena/Veja)

Amazônia: a torre precisaria ser construída longe de qualquer aglomeração humana (Antonio Milena/Veja)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 08h57.

São Paulo - Começou a ser erguida, no coração da selva amazônica, uma torre de 330 metros de altura que vai monitorar de forma contínua, por pelo menos 20 anos, as complexas interações entre a atmosfera e a floresta. Repleto de instrumentos científicos de alta tecnologia, o observatório - que será o maior e mais completo do gênero no mundo - medirá com precisão sem precedentes os fluxos amazônicos de calor, água e gás carbônico, além de analisar minuciosamente os padrões de ventos, umidade, absorção de carbono, formação de nuvens e parâmetros meteorológicos.

Com o estudo das trocas de massa e energia que ocorrem entre o solo, a copa das árvores e o ar acima delas, a Torre Alta de Observação da Amazônia (Atto, na sigla em inglês) deverá gerar conhecimento inédito sobre o papel do ecossistema amazônico no contexto das mudanças climáticas globais.

A logística para a construção da estrutura e os esforços empreendidos para viabilizar o projeto foram dignos de uma epopeia. Em 2007, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Instituto Max Planck de Química, da Alemanha, formalizaram a parceria para construir o observatório - um sonho de décadas.

Foi preciso realizar extensos estudos para escolher o local, pois, destinada a monitorar o sensível ambiente amazônico, a torre precisaria ser construída longe de qualquer aglomeração humana. Ela deveria também se situar em uma área de terra firme da floresta, o que permitiria extrapolar para todo o bioma os dados obtidos.

Ao longo de sete anos, cientistas, técnicos e operários percorreram incansavelmente o trajeto que vai de Manaus até o local escolhido para a torre: depois de 170 quilômetros de estrada até o Rio Uatumã, na região da Barragem de Balbina, é preciso rodar mais 40 km em estradas de terra, em carros com tração nas quatro rodas.

A partir daí, segue-se um trecho de 65 km em lanchas até uma trilha de 13 km mata adentro. "Tínhamos de percorrer essa trilha em quadriciclos, usando um trator para os equipamentos mais pesados. Era um caminho acidentado e difícil", contou um dos coordenadores do projeto Atto, Antonio Manzi, do Inpa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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