Alckmin e Temer: governador tucano também defendeu uma reforma política (Beto Barata/PR/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2017 às 13h26.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu nesta terça-feira, 4 que o presidente Michel Temer (PMDB) termine o mandato, ao final de 2018, e que não seja cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O julgamento da ação que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer começou na manhã desta terça no plenário da Corte eleitoral, mas os ministros decidiram dar mais prazo para as alegações finais da defesa da presidente casada Dilma Rousseff (PT), sem definição de data para ser retomado.
Em coletiva de imprensa após discursar na terceira edição do Summit Imobiliário, realizado pelo Grupo Estado e pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Alckmin disse que "torce" para que Temer termine o mandato.
"Claro que eu torço para que o presidente chegue ao final do seu mandato. Eu acho que nós já tivemos tanta turbulência", disse o governador.
Alckmin afirmou que os Poderes são independentes e que é preciso respeitar as decisões judiciais, mas que é preciso garantir a estabilidade. "Os poderes são independentes, as decisões devem respeitadas.
Agora, o Brasil não pode parar." Na segunda-feira, 3, ao receber Temer no Palácio dos Bandeirantes para um encontro com o casal real da Suécia, Alckmin declarou "apoio integral" às reformas do peemedebista no Congresso.
Na entrevista desta terça, o governador tucano também defendeu uma reforma política. Ele se posicionou contra qualquer anistia ao caixa dois, além de reforçar o posicionamento contrário ao voto em lista fechada.
A lista deve ser apresentada na comissão especial criada na Câmara para discutir o tema. Além disso, conforme o Broadcast Político publicou, o relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) na comissão vai abrir uma brecha para anistiar casos de caixa dois ao tipificar o crime.
"Você só faz votação em lista fechada quando tem partidos políticos consolidados, democratizados, com vida partidária. O que o Brasil tem é um arremedo de vida partidária com partidos fragmentados, fragilidades, então não tem nenhum sentido neste momento discussão de lista partidária", disse Alckmin.
O governador defende uma cláusula de barreira e a proibição das coligações proporcionais, propostas que também tramitam no Congresso. Para Alckmin, é preciso implantar ainda o voto distrital, seja no sistema puro ou misto.
O tucano também defendeu o discurso do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ao se apresentar como um "gestor", e não como um político. Para ele, a narrativa está correta.
"É preciso destacar mais a ciência, a gestão, o bom gestor. Então essa é a mensagem que a população, como diria na televisão, captou. A mensagem de que é preciso ter preponderância nas decisões políticas e o interesse coletiva, a boa gestão", afirmou. Alckmin e Doria participaram do evento na manhã desta terça-feira.