Visão geral da Arena Corinthians, o Itaquerão (Friedemann Vogel/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 5 de agosto de 2019 às 18h24.
São Paulo — Um torcedor foi detido durante o jogo Corinthians contra Palmeiras, disputado neste domingo (04), na Arena Corinthians, em São Paulo, por ter se manifestado contra Jair Bolsonaro.
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem, chamado Rogério Lemes, foi abordado por dois policiais militares que faziam a patrulha durante o jogo, quando ele "expressava sua opinião política gritando palavras contra o presidente".
No registro, os PMs alegaram que tomaram a iniciativa para “evitar um princípio de tumulto” e “utilizando de meios necessários” para levar o torcedor à Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), que fica no estádio.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), "não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto, instalado dentro da Arena Corinthians".
Em depoimento nas redes sociais, Lemes afirmou que foi preso, algemado e humilhado. "Gente boa do meu Brasil, hoje entrei na Arena Corinthians expondo minha opinião contra o atual governo e olha o q aconteceu!!!Fui preso!Humilhado!Algemado!!", escreveu.
Em nota enviada à reportagem, a SSP disse que a conduta dos policiais foi adotada "para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada".
A SSP afirmou, ainda, que "todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas".
Leia a nota na íntegra:
"A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública. No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada. A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol".