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Tombini prevê menor dinamismo da economia global em 2016

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira, 22, em Brasília, que o que se vislumbra para este ano é um menor dinamismo da economia mundial, com manutenção da incerteza e da volatilidade. O chefe da autoridade monetária disse que a comunicação mais recente do Fed (o banco central norte-americano) indica […]


	O presidente do Banco Central Alexandre Tombini: a previsão de que os EUA tracionaram a economia global vem sendo questionada
 (Joedson Alves/Reuters)

O presidente do Banco Central Alexandre Tombini: a previsão de que os EUA tracionaram a economia global vem sendo questionada (Joedson Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 12h01.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira, 22, em Brasília, que o que se vislumbra para este ano é um menor dinamismo da economia mundial, com manutenção da incerteza e da volatilidade.

O chefe da autoridade monetária disse que a comunicação mais recente do Fed (o banco central norte-americano) indica que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos deverá ser mais suave do que se esperava.

Segundo ele, a previsão de que os EUA tracionaram a economia global vem sendo questionada.

Para Tombini, desde o fim de 2015, o quadro macroeconômico global tornou-se mais complexo e menos previsível, com dúvidas em relação ao ritmo da desaceleração da China.

Os preços das commodities e do petróleo diminuíram e a volatilidade dos mercados aumentou. Ele destacou que os Países emergentes ressentem redução da demanda e dos preços das commodities.

Tombini disse ainda que programas desenvolvidos pelos BCs, como o europeu, estão oferecendo abundante liquidez ao mundo. Sobre a relação mais interdependente das economias, ele disse que isso aumenta o risco de contágio.

Ajustes no Brasil

O presidente do Banco Central afirmou que o Brasil passa por ajuste fiscal, monetário e externo, mas ponderou que eles ocorrem em velocidades distintas. Segundo ele, a expectativa é de que o déficit nas contas externas feche o ano baixo dos US$ 30 bilhões. "Isso é um ajuste significativo. Houve reversão de déficit para superávit na balança comercial", afirmou a parlamentares.

Tombini relatou ainda que o saldo acumulado da balança comercial deve crescer de modo expressivo este ano, superando os US$ 30 bilhões.

Como em outras ocasiões, ele afirmou que o câmbio flutuante é a primeira linha de defesa do País.

"Nossa moeda teve significativa redução nos últimos anos. Os ganhos para a competitividade nacional (com depreciação cambial) são indiscutíveis. O custo unitário do trabalho na indústria, desde meados de 2014, caiu 40% quando medida em dólar. Os ganhos de competitividade têm estimulado exportações e a substituição de importações", disse.

Para ele, apesar da crise política e econômica, o Brasil manteve a atratividade para investidores estrangeiros e lembrou que em 2015 o País atraiu US$ 75 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, permitindo financiamento integral do déficit em conta corrente.

Segundo Tombini, o ajuste da taxa de cambio contribui para diminuir demais danos que possam ser gerados por instabilidades internacionais nos mercados domésticos. "Quando ocorrem volatilidades globais, as moedas apreciadas sofrem mais", observou.

O presidente do BC ainda argumentou que para que a taxa de câmbio possa flutuar sem causar maiores desequilíbrio, a economia doméstica tem de estar preparada.

Ele lembrou que em um passado recente do País, as depreciações do real frente o dólar causaram "pesado" efeito econômico. "Atualmente, a economia não se encontra excessivamente exposta ao risco cambial", avaliou.

Ele observou que a formação de reservas, o programa de swaps - que permitiu as empresas e investidores passarem com segurança período de instabilidade cambial - e por ultimo, o mudança no estrutura do balanço de pagamentos, impediram uma crise mais intensa.

As afirmações de Tombini foram feitas em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado para tratar das diretrizes de implementação e perspectivas futuras da política monetária.

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