Alexandre Tombini, presidente do Banco Central: a reunião ocorreu na sede do BC, em Brasília, com os deputados que integram a Comissão de Finanças e Tributação (Goh Seng Chong/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2015 às 11h17.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, apresentou a deputados federais hoje (29) uma avaliação sobre as expectativas de inflação e o cenário fiscal.
Tombini também conversou com os parlamentares sobre a atuação do BC no mercado de câmbio, exclusivamente para manter a funcionalidade e prover hedge (proteção) para a economia e assim preservar a estabilidade financeira do país.
A reunião ocorreu na sede do BC, em Brasília, com os deputados que integram a Comissão de Finanças e Tributação, atendendo requerimento do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
A reunião foi fechada à imprensa e, ao final, o BC divulgou nota sobre o encontro.
Segundo a nota, divulgada pelo banco, Tombini apresentou um panorama sobre o cenário econômico global e brasileiro, sobre os ajustes em curso na economia nacional e, especificamente, sobre a atuação do BC no mercado cambial.
“De forma geral, o presidente do BC comentou os desdobramentos mais recentes em economias maduras e o andamento do ajuste do setor externo, que deve resultar em contribuição positiva ao PIB [Produto Interno Bruto] em 2015”.
De acordo com o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), que participou da reunião, Tombini “sabe que as condições fiscais do país não são boas e está preocupado com isso”.
O deputado acrescentou que foi discutido sobre o desajuste fiscal, que afeta as expectativas para a inflação e dificulta o trabalho no combate à alta dos preços.
Kaefer disse ainda que Tombini explicou que, mesmo com a alta da taxa básica de juros, a Selic, a inflação sobe devido ao forte impacto do aumento de preços administrados, como energia elétrica, e à alta do dólar.
Hoje, o BC divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic.
Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas.
Nas duas últimas reunião, no entanto, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano. Devido às incertezas do cenário fiscal, o BC abandonou a expectativa de atingir o centro da meta de inflação (4,5%) em 2016. Agora essa expectativa passou para 2017.