São Paulo – Depois de ensaiarem uma aproximação na semana passada,
Dilma Rousseff e
Eduardo Cunha (PMDB) passaram a trocar farpas desde domingo (18). A troca de acusações, recheadas de ironia, fazem referência ao suposto envolvimento de ambos nos escândalos de
corrupção investigados pela
Operação Lava Jato. Ambos estão em momento político extremamente delicado. Dilma sofre com baixos índices de aprovação popular e ameaça de um processo de
impeachment, justificado por conta de quebra da Lei de Responsabilidade Fiscal pela
prática das pedaladas fiscais. Cunha, por sua vez, tenta evitar uma
cassação de mandato no Conselho de Ética, após ser acusado de possuir
contas secretas na Suíça e ser
citado por delatores da Lava Jato como um dos cabeças do PMDB no esquema de corrupção. As declarações, dadas nos últimos três dias e sempre em coletivas de imprensa, acabaram gerando um grande mal estar que pode gerar fogo aberto no Congresso. Cunha tem em suas mãos a decisão de deflagrar o processo de impeachment. Dilma tem na presidência do Conselho de Ética um deputado da base aliada. Na manhã de ontem (20), foi a vez do ministro da
Casa Civil,
Jaques Wagner (
PT), interferir. Segundo o jornal
O Estado de S. Paulo, ele telefonou para a presidente Dilma e pediu que o pinga fogo parasse e que ela não provocasse mais o presidente da Câmara. Wagner alegou que o ambiente político em Brasília estava muito tenso e que qualquer declaração poderia ser mal interpretada. Depois do contexto, veja na galeria as frases que marcaram a troca de farpas entre Dilma e Cunha.