Medidor do reservatório da usina hidrelétrica de Furnas (Reuters/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 18h36.
Rio - A hidrologia deste ano está "bastante ruim e anômala", a pior da história, mas, ainda assim, o nível dos reservatórios das hidrelétricas está oito pontos porcentuais acima do verificado, na mesma época do ano, em 2001, quando foi implantado racionamento de energia elétrica no País.
A observação foi feita nesta terça-fera, 26, pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
"A hidrologia não melhorou muito (em relação ao início do ano), mas o nível dos reservatórios está 8 pontos porcentuais acima de 2001, e isso sem racionamento", afirmou Tolmasquim, na cerimônia de abertura do Brasil Windpower 2014, evento do setor de energia eólica, no Rio.
Segundo o presidente da EPE, três fatores estruturais explicam a diferença na situação dos reservatórios.
Um deles é o crescimento da capacidade instalada acima do avanço do consumo, no período de 2001 a 2013, diferentemente do que ocorreu entre 1995 e 2001.
Outro é o aumento do intercâmbio de eletricidade entre as regiões do País, por conta da ampliação da infraestrutura de transmissão.
O terceiro fator é a diversificação da matriz energética, menos dependente da hidreletricidade.
Segundo Tolmasquim, em dez anos, a projeção é que a energia eólica, que hoje responde por 2% do total da capacidade instalada do Brasil, chegue a 11%.
"Nos últimos meses, a (energia) eólica tem gerado mais energia do que as usinas nucleares", afirmou o presidente da EPE.