Vacinação começa no dia 17 de fevereiro. (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 13h23.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2021 às 13h33.
A cidade de Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, vai participar de um teste do governo paulista para verificar a capacidade da vacina contra a covid-19 reduzir a transmissão do coronavírus. Dos pouco mais de 45 mil habitantes do município, cerca de 30 mil serão vacinados a partir do dia 17 de fevereiro.
A vacinação será conduzida pelo Instituto Butantan e deve levar cerca de três meses. O número de pessoas que serão imunizadas corresponde ao total de adultos com mais de 18 anos. A vacinação não será obrigatória.
De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, a cidade foi dividida em quatro regiões e a vacinação será feita de forma escalonada. Ainda segundo ele, a cidade foi escolhida porque a taxa de transmissão do vírus é uma das mais altas do estado, e a maior parte da população economicamente ativa trabalha em outras cidades da região, aumentando o contágio.
“Nenhum dos testes de fase 3 foi desenhado para avaliar a eficiência da vacinação, só da eficácia De uma forma bem simples é determinar qual o efeito da vacinação em massa sobre a epidemia. E isso geralmente aparece no fim da vacinação, que devemos ter no fim do ano”, disse Dimas Covas em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 8.
Ainda de acordo com ele, após três meses, vai ser possível saber “a transmissão da infecção, a redução do uso do sistema de saúde, a imunidade de rebanho, e outros efeito indiretos da vacinação, como na economia, na circulação de pessoas, na ocorrência de efeitos que não foram previstos”, explicou.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, já foram vacinadas 851.286 pessoas do primeiro grupo prioritário, com profissionais de saúde e idosos. Dos 645 municípios do estado, em 638 já começou o processo de imunização contra o coronavírus.
Na cidade de São Paulo começou a imunização de pessoas acima de 90 anos nos 470 postos de imunização espalhados pela cidade, além de cinco drive-thru localizados na praça Charles Miler, em frente ao Pacaembu, na Arena Corinthians, no Autódromo de Interlagos, outro ponto no Anhembi, e por último na Igreja Boas Novas, na Vila Prudente.
Com a chegada, na semana passada, de mais matéria-prima para fabricar 8,7 milhões de doses da vacina contra a covid-19, o Instituto Butantan vai começar a liberar, a partir do dia 23 de fevereiro, 600 mil doses do imunizante diariamente ao Ministério da Saúde.
“A partir do dia 23 de fevereiro nós estaremos liberando 600 mil doses da vacina por dia pelos 30 dias seguintes. Obviamente que chegará mais matéria-prima da China, que não haverá mais interrupção. Vamos produzir 46 milhões de doses e outras 54 que estão em contratação pelo Ministério da Saúde”, disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva na semana passada.
Para ampliar a capacidade de produção de vacina, o Instituto Butantan está construindo uma fábrica que terá capacidade de fazer 100 milhões de doses por ano e com o processo 100% em território nacional, sem a necessidade de importação do chamado IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo).
O custo total é de 162 milhões de reais, e está sendo financiado por 33 empresas da iniciativa privada, como o BTG Pactual digital, B3, Vale, Ambev, Magalu e Rede D’Or. De acordo com o governo de São Paulo, este valor foi levantado em doações e não terá nenhuma contrapartida por parte do estado. A organização da sociedade civil Comunitas é a responsável pelo processo de doações, em parceria com a InvestSP.