Vacina: a fase 3 dos testes clínicos já começou e o Instituto Butantã está montando a estrutura dos centros que farão a captação de 17 mil voluntários em cinco cidades (Joe Raedle/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 07h06.
São Paulo - Existem dúvidas sobre como a aprovação da vacina contra a dengue desenvolvida pela Sanofi Aventis afetará o desenvolvimento da vacina contra a doença do Instituto Butantã.
O problema é que o desenho aprovado em São Paulo previa que um grupo dos voluntários nos testes usaria placebo, uma substância inócua. Tal estratégia é praxe quando não há alternativas mais eficazes para prevenção.
A dúvida, no entanto, é se tal desenho é ético quando há outros produtos com eficácia comprovada no mercado. Além disso, a expectativa é de que ficará mais difícil para recrutar voluntários interessados em fazer a pesquisa. Questionado, o Butantã afirmou que não haverá nenhuma mudança no planejamento.
A vacina paulista, já na última fase de testes clínicos, deverá levar pelo menos mais um ano para ser aprovada, de acordo com o diretor substituto do instituto, Marcelo De Franco. "Nosso protocolo para realização dos testes clínicos é de cinco anos. Mas o registro pode sair bem antes, dependendo da comprovação de eficácia. Com base na nossa experiência em epidemias, é bem provável que tenhamos esses resultados dentro de um ano ou um ano e meio", disse.
Segundo Franco, a fase 3 dos testes clínicos já começou e o instituto está montando a estrutura dos centros que farão a captação de 17 mil voluntários em cinco cidades. Todas as doses que serão usadas estão preparadas.