Aids: o foco da campanha este ano são os jovens (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 11h38.
Ações de prevenção da Aids serão realizadas a partir de hoje (1º), dia mundial de luta contra a doença, em vários pontos da capital paulista. Além de distribuir preservativos, profissionais da saúde vão aplicar o teste grátis de detecção do vírus, que fica pronto em 30 minutos.
Hoje, o mutirão ocorre no Pátio do Colégio, no centro, entre 9h e 17h. Foram disponibilizados 700 testes, que podem ser feitos por meio da coleta de saliva. No campus Vergueiro da Universidade Nove de Julho (Uninove), os estudantes também terão 200 testes à disposição entre 18 e 21h.
Amanhã (2), as equipes trabalham na Universidade Anhembi Morumbi, na unidade Mooca. Na segunda-feira (5), os testes serão feitos nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), campus Santo Amaro.
O foco da campanha este ano são os jovens, com idade entre 18 e 25 anos, que estão entre o maior grupo de risco da Aids. "Os nossos jovens não participaram da primeira década da Aids e talvez pensem que essa doença é de fácil resolução, e não é. Há uma epidemia, indiscutível dentro da epidemia, de jovens e homens que fazem sexo com homens", disse o secretário estadual de Saúde, David Ewerson Uip.
Um dos pacientes que fez o teste hoje, homem de 35 anos, que preferiu não se identificar, disse que sempre faz o teste. "É bom que seja aqui no centro. Acabei de sair do serviço, passei em frente ao Pátio do Colégio, e vi a campanha. Resolvi fazer o teste", disse.
"É uma ação muito importante, para mostrar para a população que vale a pena vir, fazer o teste, quanto antes souber e tiver acesso aos medicamentos, melhor. Não só do ponto de vista pessoal, mas também em termos de transmissão. Quanto menos vírus circulando, menos pessoas contaminadas", disse Uip.
De acordo com o secretário, a meta estadual é acabar com a transmissão do vírus de mãe para filho. Além disso, outras doenças sexuais, como a epidemia de sífilis e a volta da gonorreia também preocupam.
"É um momento de reflexão, de acolhimento, de prevenção e de trazer essas pessoas para o sistema público de saúde de São Paulo para que elas possam ser acolhidas e bem atendidas", disse o secretário.
Entre janeiro de 2013 e agosto deste ano, 14 mil pacientes passaram a ser acompanhados pelo programa de tratamento de Aids. Foram realizados 2,8 milhões de testes. Segundo a secretaria municipal de Saúde, 62 mil pessoas vivem com HIV na cidade.