Em protesto, moradores da Rocinha e parentes de Amarildo de Souza cobram informações sobre o desaparecimento do pedreiro, no ano passado (Fernando Frazão/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 23h04.
Rio de Janeiro - Na terceira audiência de instrução e julgamento do desaparecimento do ajudadente de pedreiro Amarildo de Souza, que ocorreu hoje (19) no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, a Juíza Daniella Alvarez, da 35ª Vara Criminal, terminou de ouvir as testemunhas de acusação e começou a tomar os depoimentos das testemunhas arroladas pela defesa.
A primeira testemunha de defesa a depor foi o delegado da Polícia Civil, Orlando Zaconni, da 30ª Delegacia de Polícia, responsável pelo processo nos 15 primeiros dias. Ele disse ter recebido denúncias de desacato na Rocinha, mas nunca soube de casos de tortura na comunidade. O delegado disse ainda que, em nenhum momento, registrou que o sumiço de Amarildo tinha sido praticado por traficantes ou policiais.
Segundo o delegado, o major Edson, um dos 25 réus no processo, relatou que Amarildo havia saído livremente da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no dia do desaparecimento e descido por uma escadaria.
Outras testemunhas de defesa ouvidas foram o inspetor Halter Pitter, que trabalhou com Zaconni no início do processo, e a major Priscilla Azevedo, comandante da UPP da Rocinha.
Pela acusação, foram ouvidos hoje o técnico perito do Ministério Público Robson Spinelli e dois moradores da Rocinha, um ligado à associação de moradores e um adolescente.
Os 25 policiais militares (PMs) que são réus no processo respondem por crimes como tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. O auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho do ano passado, após ser levado por PMs para a UPP da Rocinha para averiguação.