Mais atenção na gravidez: médicos que vêm acompanhando a evolução da epidemia afirmam que deve aumentar a gama de exames preventivos que as mulheres que querem engravidar terão de fazer (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 08h58.
São Paulo - Se for confirmada a relação entre zika, microcefalia e outras alterações neurológicas nos bebês, médicos que vêm acompanhando a evolução da epidemia afirmam que deve aumentar a gama de exames que as mulheres que querem engravidar terão de fazer como prevenção.
"No futuro, não tenho dúvidas de que a sorologia (teste) de zika vai entrar nessa lista. Vai passar a ser um exame obrigatório. Quem não estiver protegida, vai ter de tomar a vacina, assim como já ocorre com a rubéola, por exemplo", afirma o neuropediatra Marcelo Mashura Rodrigues, presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
Bem como os demais especialistas ouvidos pela reportagem, Rodrigues acredita que o zika pode levar a outros problemas, além de microcefalia e doenças oculares, que foram relatadas em estudo publicado na semana que passou.
"Quando a mulher grávida tem rubéola, por exemplo, é comum o bebê ter alteração cardíaca", disse. O mesmo poderia acontecer com o zika, mas, segundo ele, respostas precisas só serão dadas à medida que as crianças crescerem.
Até lá, as medidas de precaução indicadas para gestantes seguem valendo. Incluem sexo seguro, já que estudos indicam que zika pode ser transmitido pela relação sexual, uso de repelentes, roupas compridas, mosquiteiros e telas contra o Aedes aegypti.