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Tereza Cristina é cotada para Agricultura em eventual governo Bolsonaro

A presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária nega sua indicação ao posto, diz que se trata de especulação e não comenta o assunto

Tereza Cristina: ela tem liderado a maior parte dos projetos prioritários do agronegócio dentro do Congresso (Tereza Cristina/Divulgação)

Tereza Cristina: ela tem liderado a maior parte dos projetos prioritários do agronegócio dentro do Congresso (Tereza Cristina/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 10h07.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 12h40.

Brasília - O Ministério da Agricultura, que deverá ter seus poderes ampliados caso o candidato Jair Bolsonaro vença as eleições no próximo dia 28, está cotado para ser a primeira pasta do executivo ocupada por uma mulher.

A deputada Tereza Cristina (DEM-MS), reeleita para mais um mandato na Câmara, está entre os nomes fortes que serão levados à mesa de Bolsonaro, se confirmada sua vitória.

Tereza Cristina nega sua indicação ao posto, diz que se trata de especulação e não comenta o assunto. Entre representantes do setor, porém, seu nome é citado como um dos mais indicados na lista que será entregue a Bolsonaro.

Os dois passaram a ter proximidade e essa relação culminou no apoio à sua candidatura à Presidência ainda no primeiro turno, com posicionamento formal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

A deputada Tereza Cristina (DEM-MS) é presidente da FPA e tem liderado a maior parte dos projetos prioritários do agronegócio dentro do Congresso, como as mudanças no processo de licenciamento ambiental e a polêmica Lei dos Agrotóxicos.

Além disso, seria a primeira mulher no governo Bolsonaro, característica que, segundo interlocutores, poderia ajudar a aplacar a rejeição feminina ao candidato.

O nome de Tereza, porém, não é o único. Outro potencial candidato ao posto é o líder ruralista Luiz Antonio Nabhan Garcia, apesar de seu nome ter encontrado resistências dentro do próprio PSL.

Outro candidato ao posto é o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), que foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul.

Até mesmo o nome do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, chegou a ser ventilado, apesar de a cúpula do agronegócio ver Blairo como uma possibilidade mais remota.

Na terça-feira, 17, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, Blairo declarou que votará em Bolsonaro, mas negou qualquer conversa sobre a possibilidade de continuar no comando da Pasta.

Integração

Na terça-feira, Bolsonaro pediu à FPA que indique um nome para assumir o Ministério da Agricultura. O plano do candidato do PSL é integrar em uma única pasta Agricultura e Meio Ambiente.

Não há um detalhamento, porém, sobre como essa integração funcionaria, dado que o Ministério do Meio Ambiente é responsável por uma série de temas que não tem nenhuma relação com o agronegócio, como empreendimentos de infraestrutura e setor elétrico, por exemplo.

O pedido de Bolsonaro foi confirmado pela deputada Tereza Cristina. "Devemos sugerir uns três nomes, mas ainda estamos estudando", disse a parlamentar.

A deputada afirmou que a ideia de fundir os ministérios agrada à FPA, mas que é preciso estudar a proposta. Tereza Cristina disse também que a frente está criando um grupo de estudos que deve colaborar com ideias para o candidato.

Uma das medidas em debate com Bolsonaro é a demarcação de terras indígenas. A bancada quer tirar da Funai a responsabilidade da demarcação de terras e acredita ter apoio de Bolsonaro para isso.

Na terça, em reunião da FPA em Brasília, os deputados debateram a situação do oeste do Paraná, onde uma portaria do órgão demarcou 25 mil hectares de terras.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR) deve protocolar um decreto legislativo para anular a portaria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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