Tereza Cristina, ministra da Agricultura de Bolsonaro (Frente Parlamentar Agropecuária/Divulgação)
Reuters
Publicado em 7 de novembro de 2018 às 18h28.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 12h28.
São Paulo - Tereza Cristina, coordenadora da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e deputada federal pelo Democratas do Mato Grosso do Sul, foi anunciada nesta quarta-feira (07) como ministra da Agricultura no governo de Jair Bolsonaro (PSL).
O presidente eleito confirmou a informação no Twitter:
Boa noite! Informo a todos a indicação da senhora Tereza Cristina da Costa Dias, Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, ao posto de Ministra da Agricultura.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 7 de novembro de 2018
Ela é a primeira mulher a ser anunciada para o ministério; questionado ontem, Bolsonaro disse que sua equipe "com certeza" contaria com mulheres.
Na equipe de transição, todos os 27 nomes anunciados inicialmente eram homens; diante da repercussão negativa, quatro mulheres foram adicionadas - três ligadas ao Exército e uma economista.
Já estão confirmados como ministros Paulo Guedes, para Economia; Sérgio Moro, para Justiça; Onyx Lorenzoni, para Casa Civil; Marcos Pontes, para Ciência e Tecnologia; e o general Augusto Heleno, para o Gabinete de Segurança Institucional.
Bolsonaro promete um diplomata para o ministério das Relações Exteriores e já anunciou a incorporação do Ministério do Trabalho em algum outro; o número de pastas deve ser enxugado das atuais 29 para 17 ou 18.
Inicialmente, Bolsonaro iria fundir as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente, mas, após resistência de parte do agronegócio temeroso de prejuízo especialmente para as exportações, já anunciou que as duas pastas continuarão separadas.
Engenheira agrônoma e empresária de 64 anos, Tereza Cristina tem uma longa trajetória no setor agropecuário.
Ela foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul durante o governo de André Puccinelli (MDB).
Neste ano, Tereza Cristina foi uma das lideranças que defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país.
Antes do primeiro turno, Tereza Cristina encontrou-se com Bolsonaro no Rio de Janeiro e anunciou, àquela altura, o apoio da FPA ao então candidato.
Foi o primeiro apoio de peso que o ainda presidenciável recebeu no Congresso durante a eleição; a bancada ruralista reúne aproximadamente 260 parlamentares.
Tereza Cristina chegou a ser cotada para ser candidata a vice-presidente na chapa do candidato derrotado do PSDB, Geraldo Alckmin.
O tucano, entretanto, preferiu optar por outra expoente da bancada ruralista, a senadora gaúcha Ana Amélia (PP).
Uma comitiva de deputados da bancada ruralista levou na tarde desta quarta-feira a sugestão do nome de Tereza Cristina ao presidente eleito.
Antes do encontro, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) informou em rápida fala à imprensa que iria se reunir com Bolsonaro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde está a equipe de transição, para indicar Tereza Cristina para o cargo.
Acompanhado de outros 10 integrantes da frente, Marquezelli disse que daria maiores informações após o encontro com o presidente eleito.
A União Democrática Ruralista (UDR) havia indicado para o posto o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS). Um dos principais líderes da UDR é Nabhan Garcia, um conselheiro próximo a Bolsonaro.
Durante a campanha eleitoral, o agora presidente eleito afirmou que seu futuro ministro da Agricultura seria indicado pelo setor produtivo.
(Reportagem de Ricardo Brito e Mateus Maia)