Brasil

Terceiro suspeito pelo assassinato de Bruno e Dom se entrega à Polícia

Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha, é apontado como alguém que participou diretamente do duplo homicídio e ajudou na ocultação dos corpos

Campanha global por informações sobre o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira: Os policiais federais informaram na sexta-feira, 17, que os assassinos agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante (AFP/AFP)

Campanha global por informações sobre o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira: Os policiais federais informaram na sexta-feira, 17, que os assassinos agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de junho de 2022 às 11h22.

O terceiro suspeito de envolvimento no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na região do Vale do Javari, no Amazonas, se entregou neste sábado, 18, à Polícia Civil.

Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha, é apontado como alguém que participou diretamente do duplo homicídio e ajudou na ocultação dos corpos. Ele se apresentou por volta das 6h na Delegacia de Atalaia do Norte, no extremo oeste do Amazonas, e está sendo interrogado pelos investigadores. Depois de prestar depoimento, será encaminhado para audiência de custódia.

Pelado da Dinha estava com a prisão decretada pela Justiça e era considerado foragido. Em comunicado publicado na noite de ontem, a Polícia Federal (PF) pediu que a população da região entrasse em contato com as autoridades imediatamente se tivesse informações que pudessem ajudar a localizá-lo.

"Na sexta, montamos uma equipe e fomos até o sítio da mãe dele no município de Benjamin. Ele não se encontrava. Conversamos com os familiares e pedimos pra convencê-lo a se entregar", informou o delegado Alex Perez, da Delegacia de Atalaia.

Estão presos ainda Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que confessou o crime, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Ambos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça do Amazonas por 30 dias.

Mandantes

Os policiais federais informaram na sexta-feira, 17, que os assassinos agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante. O envolvimento de facções criminosas também foi descartado.

As linhas de investigação foram consideradas inicialmente tanto por causa do trabalho desenvolvido por Bruno, que orientava moradores a denunciar irregularidades nas reservas indígenas, quanto pela presença de traficantes de drogas e armas, caçadores ilegais, madeireiros e garimpeiros na região.

A Univaja, entidade para a qual o indigenista prestava serviços ao ser assassinado na Amazônia, criticou que a PF tenha descartado crime de mando na investigação.

"Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela Univaja em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021", diz um trecho do comunicado divulgado pela entidade.

Perícia

A PF aguarda ainda o resultado da perícia nos restos mortais apontados por Pelado como sendo de Bruno e Dom. Ele guiou as equipes de busca na última quarta-feira, 15, até o local onde teria enterrado os corpos, a cerca de três quilômetros da margem do rio Itaguaí. O Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, responsável pelos exames, confirmou a identidade do repórter. Os testes, no entanto, ainda não foram concluídos. Falta a identificação de Bruno e outros exames que devem ajudar a esclarecer a dinâmica do crime.

Acompanhe tudo sobre:Amazônia

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto