Andrés Sanchez: ex-presidente do Corinthians é suspeito de corrupção (CBF (Arquivo))
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de novembro de 2016 às 08h34.
São Paulo - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou a abertura de um inquérito para apurar a suspeita de corrupção envolvendo o deputado federal e ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez (PT).
A investigação corre em segredo de Justiça, segundo a reportagem de Mariana Oliveira, da TV Globo, que divulgou as informações sobre a abertura do inquérito nesta quinta-feira.
Além de Andrés ser investigado perante o Supremo, em Curitiba, a força-tarefa da Lava Jato apura as suspeitas de pagamento de propina ao vice-presidente afastado do Corinthians, André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão.
Ele foi detido pela Polícia Federal na Operação Xepa, deflagrada no dia 22 de março e que desmontou o chamado "departamento da propina" da Odebrecht.
O nome de André Negão apareceu na planilha de contabilidade de propinas da empreiteira, sob o codinome "Timão" ao lado da palavra "Alface".
A planilha foi apreendida na casa da secretária dos altos executivos da empreiteira, Maria Lúcia Tavares.
Nela, André Luiz de Oliveira está ligado a "uma anotação de um possível pagamento" no endereço Rua Emilio Mallet, em São Paulo, "a ser liquidado na data de 23 de outubro de 2014, no valor de R$ 500 mil, com a anotação do telefone".
Através de sua assessoria de imprensa, Andrés disse que não iria se manifestar e pediu para que a reportagem entrasse em contato com seu advogado, que não foi localizado.
No dia 25 de outubro, o Estado de S. Paulo publicou uma entrevista do ex-presidente e ele dizia não temer a Lava Jato. "O Corinthians não sabe de nada. Mas quero que procurem mesmo, porque se tiver algo errado, o Corinthians é vítima e vai correr atrás de seus direitos. Eu não tenho medo da Lava Jato, porque não roubei nem sei de ninguém que tivesse roubado no estádio."
O estádio do Corinthians custou R$ 1,2 bilhão. Desde o ano passado, o clube tem pago parcelas mensais de R$ 5 milhões referentes ao financiamento feito com o BNDES durante as obras. Um fundo é responsável por gerir toda a arrecadação de bilheteria e comercialização de produtos do estádio.